A41 só reabre totalmente daqui a quatro meses
Presidentes das câmaras da Maia e de Valongo esperam que a Ascendi cumpra as exigências apresentadas e não seja preciso avançar para tribunal.
A A41, que aluiu parcialmente no temporal de 13 de Fevereiro e tem estado com o trânsito muito condicionado na zona entre Alfena e o Nó da A3, afectando os municípios da Maia e Valongo, só deverá ser totalmente reaberta daqui a quatro meses. O prazo foi apontado pela concessionária da auto-estrada, a Ascendi, em comunicado, depois de reuniões que manteve com os presidentes das duas autarquias.
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A A41, que aluiu parcialmente no temporal de 13 de Fevereiro e tem estado com o trânsito muito condicionado na zona entre Alfena e o Nó da A3, afectando os municípios da Maia e Valongo, só deverá ser totalmente reaberta daqui a quatro meses. O prazo foi apontado pela concessionária da auto-estrada, a Ascendi, em comunicado, depois de reuniões que manteve com os presidentes das duas autarquias.
A previsão, “embora muito dependente das condições meteorológicas”, avisa a concessionária, é de que a circulação seja permitida, apenas numa faixa em cada sentido, no fim de Abril, e totalmente reposta no fim de Junho. Os autarcas Bragança Fernandes, da Maia, e José Manuel Ribeiro, de Valongo, exigem soluções intermédias.
As duas autarquias estão a preparar um processo judicial conjunto para exigir uma indemnização à Ascendi, pelos prejuízos causados, mas ambos esperam que não seja necessário chegar aos tribunais. O presidente da Câmara da Maia diz mesmo que a Ascendi se terá comprometido a elaborar um protocolo com vista a resolver parte das exigências apresentadas pelo autarca maiato, do PSD, e pelo socialista José Manuel Ribeiro. “A Ascendi ficou de fazer um protocolo em que se compromete a arranjar, de imediato, os três eixos que estão a ser mais afectados pelo corte da A41. Quando a auto-estrada reabrir, eles farão, então, a reparação final daquelas vias. Esperamos pelo protocolo, caso contrário, vamos para tribunal”, disse ao PÚBLICO Bragança Fernandes. José Manuel Ribeiro reforça que o problema da sobrecarga de vias tem que ser resolvido “o mais rapidamente possível”.
A outra exigência comum aos dois autarcas é que sejam desligados os pórticos que continuam a cobrar portagens no troço afectado e que seja devolvido o dinheiro aos utilizadores que têm usado a única faixa aberta da via, no sentido poente-nascente, desde o dia 13 de Fevereiro. “O que está a acontecer é mau, imoral e injusto, para não dizer escandaloso. Além de terem sido desviados para estradas que estavam cortadas, os munícipes circulam sem condições de segurança e ainda têm de pagar portagens”, reagiu Bragança Fernandes. Os dois autarcas garantem que as alternativas foram implementadas pela Ascendi sem consultar as respectivas câmaras, o que gerou ainda mais problemas, já que algumas das estradas não tinham condições para receber um fluxo tão intenso de trânsito.
Quanto às portagens, a Ascendi terá feito saber que não pode assumir a responsabilidade de desligar os pórticos, que caberá ao Governo, e os dois autarcas afirmam que irão exigi-lo “a quem de direito”, diz José Manuel Ribeiro. "Ao Governo", concretiza Bragança Fernandes. No imediato pretendem o desligamento dos pórticos e a restituição do valor já cobrado, por não terem sido garantidas, como é obrigatório por lei, as condições de segurança e circulação.
José Manuel Ribeiro, que começou por exigir um pedido de desculpas da Ascendi à população, diz-se agora convicto de que a empresa “percebeu que não teve o comportamento expectável” e “tem noção da importância de respeitar os seus utilizadores”, acrescentando: “Acredito que vai resolver os problemas”.
Num comunicado emitido na tarde desta quarta-feira, a Ascendi diz que “lamenta profundamente as acrescidas dificuldades de mobilidade e os incómodos que esta ocorrência fora da sua esfera de previsão vem causando aos utentes da A41 e às populações da zona envolventes”. A concessionária diz ainda que arrancou, no passado fim-de-semana, “uma nova fase de trabalhos, cujo objectivo é a construção de uma passagem hidráulica totalmente nova, paralela à que colapsou”.