Menos fumadores, mais mortes e mais gente a experimentar o tabaco

Número de mulheres fumadoras aumentou em Portugal e elas não estão a deixar de fumar ao mesmo ritmo que eles.

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Os maços com menos de 20 cigarros serão proibidos, mas os cigarros ultrafinos serão autorizados Enric Vives-rubio

Em 2013, o tabaco foi responsável pela morte de mais de 12 mil pessoas em Portugal. Um valor que representa um aumento, quando comparado com o ano anterior, em que se estimava que 10.600 pessoas teriam morrido pela mesma razão. Os dados constam do relatório anual Portugal – Prevenção e Controlo do Tabagismo em Números 2015, da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, que é apresentado nesta terça-feira. O  documento indica ainda que o número de pessoas que fuma diariamente em Portugal tem vindo a diminuir, mas os alertas para o perigo do consumo do tabaco e as restrições impostas pela Lei do Tabaco não foram suficientes para convencer mais pessoas a, simplesmente, nunca o experimentar.

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Em 2013, o tabaco foi responsável pela morte de mais de 12 mil pessoas em Portugal. Um valor que representa um aumento, quando comparado com o ano anterior, em que se estimava que 10.600 pessoas teriam morrido pela mesma razão. Os dados constam do relatório anual Portugal – Prevenção e Controlo do Tabagismo em Números 2015, da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, que é apresentado nesta terça-feira. O  documento indica ainda que o número de pessoas que fuma diariamente em Portugal tem vindo a diminuir, mas os alertas para o perigo do consumo do tabaco e as restrições impostas pela Lei do Tabaco não foram suficientes para convencer mais pessoas a, simplesmente, nunca o experimentar.

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As estimativas do ano 2013, que constam do relatório, atribuíam à exposição activa e passiva ao tabaco a responsabilidade por 12.369 mortes. Contas feitas, o relatório é claro ao concluir: “Uma em cada cinco mortes observadas em pessoas, de ambos os sexos, entre os 45 e os 64 anos, são atribuíveis ao consumo do tabaco”. Os homens foram os grandes afectados pelo tabagismo – 9960 óbitos -, com o cancro a surgir como a principal causa de morte dentro deste grupo (4875 casos). Já a morte por exposição ao fumo ambiental “registou uma descida assinalável nos últimos anos”, revela o relatório, no qual se estima que “cerca de 400 pessoas” terão morrido, em 2013, por este tipo de exposição.

Uma evolução a que não serão alheias as restrições impostas nos últimos anos ao fumo em locais públicos, mas que não significa que os fumadores passivos estejam a desaparecer. O mesmo relatório indica que, “em 2014, 8,6% da população com 15 anos ou mais, ainda se encontrava exposta diariamente ao fumo ambiental do tabaco”, sendo os locais mais propícios a essa situação os espaços de lazer (38,3%), a casa (31%) ou o local de trabalho (20,5%).

Apesar das campanhas antitabágicas e das iniciativas legislativas para tentar travar o consumo do tabaco, o cigarro ainda continua a constituir um atractivo ao qual é difícil resistir, como prova o relatório da DGS, que mostra “um aumento da experimentação do consumo”. Se, em 2005/2006, de acordo com os dados do Inquérito Nacional de Saúde (INS), 62,9% da população residente com 15 ou mais anos dizia nunca ter fumado, essa percentagem desceu para 58,2% em 2014/2015. E as mulheres ganham aos homens neste indicador negativo. Há menos 2,8% de homens a dizer que nunca foram fumadores, mas entre as mulheres, se em 2005/2006 81,3% das inquiridas diziam nunca ter fumado, em 2014/2015 esse valor desceu para os 73,9%. Valores que vão ao encontro dos previamente obtidos nos dois INS referidos (2005/2006 e 2014) e que apontam para uma diminuição dos consumidores diários do sexo masculino (de 27,5% para 23,5%) e “um ligeiro aumento dos consumidores diários do sexo feminino (de 10,6% para 10,9%).”

A nota agora enviada às redacções pela DGS aponta, ainda assim para uma ligeira diminuição do número de fumadores, quando se comparam os dados de 2005/2006 com os de 2014/2015. Se, no primeiro caso, 20,9% da população residente com 15 anos ou mais se declarava fumadora, agora apenas 20% o faz. O número só não é mais representativo, porque o número de fumadoras (regulares, não diárias) aumentou (de 11,8% para 13,2%), ao contrário dos fumadores, que diminuíram de 30,9% para 27,8%.

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Apesar de haver mais mulheres a fumar e mais pessoas a experimentar, a ligeira diminuição global do consumo “foi conseguida sobretudo à custa do aumento do número de pessoas que deixaram de fumar”, esclarece-se no relatório. De facto, se em 2005/2006 16% do grupo avaliado era não fumador, esse valor cresce substancialmente, para 21,7%. E, aqui, as notícias também não são das melhores para as mulheres – é que se elas estão a fumar mais, quase não há diferenças percentuais quando se compara os ex-fumadores por sexo. Em 2005/2006, 26% dos homens abrangidos eram ex-fumadores, mas esse número cresce para 31,8% em 2014/2015. Nos mesmos períodos, as mulheres não fumadoras passaram de 6,9% para 12,9%. Elas batem os homens, mas por muito pouco.

Uma das opções para quem está a pensar deixar de fumar pode ser ir a uma consulta de cessão tabágica, aproveitando os dados do relatório da DGS que revelam “um aumento superior a 10%, em relação a 2013, do número de locais” onde existem estas consultas. Há cada vez mais pessoas a procurar este tipo de apoio – mais de 26 mil consultas em 2014, quando tinha havido menos de 22.400 no ano anterior – mas ele ainda está muito longe de ser um dos principais factores para que os fumadores mudem de vida. “De acordo com o INS 2014, 92,1% dos residentes em Portugal que deixaram de fumar não tiveram qualquer apoio. Apenas 3,6% disseram ter recorrido a apoio médico ou ter tomado medicamentos para deixar de fumar”, aponta-se no relatório.