Operação Fizz fez buscas na Procuradoria-Geral da República

Investigadores estiveram na sede da PGR para recolher informação electrónica, já que é naquele edifício que estão localizados os servidores que armazenam, entre outras coisas, os emails dos procuradores.

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Magistrados do Ministério Público e elementos da PJ estiveram na terça-feira na PGR. Daniel Rocha

O Ministério Público fez buscas no… Ministério Público. É insólito, mas é verdade. Um dos alvos da operação Fizz, que investiga suspeitas de corrupção sobre o procurador Orlando Figueira, foi a própria Procuradoria-Geral da República (PGR), o órgão de cúpula daquela magistratura. Na terça-feira, procuradores acompanhados por elementos da Polícia Judiciária (PJ) estiveram na PGR para recolher informação electrónica, já que é naquele edifício que estão localizados os servidores que suportam a rede do Ministério Público (MP) e armazenam, entre outras coisas, o correio electrónico dos procuradores.

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O Ministério Público fez buscas no… Ministério Público. É insólito, mas é verdade. Um dos alvos da operação Fizz, que investiga suspeitas de corrupção sobre o procurador Orlando Figueira, foi a própria Procuradoria-Geral da República (PGR), o órgão de cúpula daquela magistratura. Na terça-feira, procuradores acompanhados por elementos da Polícia Judiciária (PJ) estiveram na PGR para recolher informação electrónica, já que é naquele edifício que estão localizados os servidores que suportam a rede do Ministério Público (MP) e armazenam, entre outras coisas, o correio electrónico dos procuradores.

Os investigadores estiveram a analisar e a pesquisar emails e outros registos informáticos, já que também estão guardados na PGR processos-crime digitalizados e cópias de segurança. Recorde-se que o Departamento Central de Investigação e Acção Penal, onde Orlando Figueira trabalhou até Setembro de 2012, altura em que pediu uma licença de longa duração para trabalhar no sector privado, é o único que depende directamente da procuradoria-geral. Confrontada com a realização destas buscas pelo PÚBLICO ao final da tarde desta sexta-feira, a PGR não respondeu em tempo útil.  

Além das dezenas de buscas feitas na passada terça-feira, os investigadores da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ realizaram no dia seguinte mais duas buscas, uma das quais a uma habitação. Foram duas diligências complementares que foram consideradas necessária na sequência de uma primeira análise dos documentos apreendidos na terça-feira, apurou o PÚBLICO. Estas buscas foram confirmadas pela própria PGR, no comunicado que emitiu quinta-feira à noite a confirmar a prisão preventiva do procurador Orlando Figueira, que está a cumprir a medida do Estabelecimento Prisional de Évora. “As investigações prosseguem sob a direcção do Ministério Público e com a coadjuvação da PJ, tendo durante o dia de ontem sido realizadas novas buscas no âmbito do inquérito”, lê-se na nota.

A juíza de instrução Maria Antónia Andrade determinou na quinta-feira à noite a prisão preventiva do procurador Orlando Figueira, de 54 anos, concordando com a medida de coacção mais gravosa que tinha sido pedida pela procuradora Inês Bonina, que dirige o inquérito. 

A juíza justificou a decisão com o facto de existir perigo de fuga e de perturbação da investigação, considerando ainda que só a prisão preventiva era capaz de responder ao alarme social que se criou com este caso de corrupção, que envolve o vice-presidente angolano, Manuel Vicente. O antigo presidente da petrolífera Sonangol é suspeito de ter pago luvas na ordem das centenas de milhares de euros para arquivar um inquérito de branqueamento de capitais que o visava. A investigação fora aberta na sequência da compra por Manuel Vicente e pela mulher, em Abril de 2011, de um apartamento de luxo no empreendimento Estoril Sol Residente, em Cascais, que custou mais de 3,8 milhões de euros.

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