O teatro de Chico Buarque
Quatro musicais na carreira do compositor
Roda Viva, 1967
Escrita por Chico Buarque em fins de 1967, estreou-se no Rio de Janeiro no início de 1968, com encenação de José Celso Martinez Corrêa. No centro da trama, um artista popular, Benedito Silva, transformado em Ben Silver. Na primeira temporada, brilharam Marieta Severo (recém-casada com Chico) e Heleno Prestes. Mas na segunda, com Marília Pêra e Rodrigo Santiago, um grupo do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiu o teatro, espancou actores e destruiu o cenário. E isso foi pretexto para um movimento anti-censura nos teatros.
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Roda Viva, 1967
Escrita por Chico Buarque em fins de 1967, estreou-se no Rio de Janeiro no início de 1968, com encenação de José Celso Martinez Corrêa. No centro da trama, um artista popular, Benedito Silva, transformado em Ben Silver. Na primeira temporada, brilharam Marieta Severo (recém-casada com Chico) e Heleno Prestes. Mas na segunda, com Marília Pêra e Rodrigo Santiago, um grupo do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiu o teatro, espancou actores e destruiu o cenário. E isso foi pretexto para um movimento anti-censura nos teatros.
Calabar, 1973
Parceria com o cineasta Ruy Guerra, foi escrita em 1973, centrando-se no Brasil do século XVII e o papel do mulato pernambucano Domingos Calabar, executado como traidor por ter ficado do lado dos holandeses contra a coroa portuguesa na disputa colonial. Aprovada pela censura num primeiro tempo, veio a ser proibida, sem justificação clara. Produzida por Fernando Torres e Fernanda Montenegro, tinha Betty Faria, Tete Medina e Hélio Ari num elenco de 80 pessoas. A orquestração era de Edu Lobo. Só foi estreada seis anos mais tarde, em 1979.
Gota d’Água, 1975
Escrita em 1975, em parceria com Paulo Pontes, baseou-se na Medeia, de Eurípedes, a partir de um projecto de Oduvaldo Vianna Filho, que já havia adaptado tal obra clássica para a Globo. Era, como escreveu Diógenes Vieira Maciel, “uma tragédia doméstica sobre o amor deixado de lado pelos mecanismos da cooptação.” Bibi Ferreira, Oswaldo Loureiro e Luiz Linhares encabeçavam o cartaz, cabendo a direcção musical a Dori Caymmi, filho de Dorival. No centro da trama, a relação entre Joana e Jasão, compositor popular subordinado ao empresário Creonte.
Ópera do Malandro, 1978
Historicamente, a mais popular das quatro. Baseada numa análise de José Celso Martinez Corrêa à Ópera dos Mendigos (1728) de John Gay e à Ópera dos Três Vinténs (1928), de Bertolt Brecht e Kurt Weill (inspirados, por sua vez, na obra de Gay), a Ópera do Malandro teve direcção de José Celso e interpretações de, entre outros, Marieta Severo, Maria Alice Vergueiro, Octávio Augusto, Elba Ramalho e Emiliano Queirós. A peça deu origem à gravação de um LP duplo que lhe ampliou o sucesso, levando à sua reposição em várias temporadas.