Os refugiados e a “solução” austríaca

O anúncio de uma trégua na guerra síria, que apesar de negociada e aceite pelos EUA e pela Rússia se afigura demasiado frágil, não servirá no curto prazo para estancar a vaga de refugiados em direcção à Europa. O que, do lado europeu, faz aumentar a cada dia que passa as medidas de controlo e interdição. O bloqueio de refugiados nas fronteiras, entretanto, avoluma-se, e o fecho de portas vem-se consumando sem recuo. Depois da Macedónia, é agora a vez de a Áustria apelar a uma acção conjunta nos Balcãs. Fechar a “torneira” é o objectivo, mas a “torneira” é uma mole humana que se avoluma e o fecho pura e simples terá consequências gravíssimas. Claro que a Áustria usa isto como forma de pressão: uma crise que leve a explosões sociais na Grécia e uma União Europeia a assistir à agonia de milhares de pessoas às suas portas, poderá levar a decisões mais claras e precisas. Tudo isto, no entanto, à custa de muito e escusado sofrimento.

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O anúncio de uma trégua na guerra síria, que apesar de negociada e aceite pelos EUA e pela Rússia se afigura demasiado frágil, não servirá no curto prazo para estancar a vaga de refugiados em direcção à Europa. O que, do lado europeu, faz aumentar a cada dia que passa as medidas de controlo e interdição. O bloqueio de refugiados nas fronteiras, entretanto, avoluma-se, e o fecho de portas vem-se consumando sem recuo. Depois da Macedónia, é agora a vez de a Áustria apelar a uma acção conjunta nos Balcãs. Fechar a “torneira” é o objectivo, mas a “torneira” é uma mole humana que se avoluma e o fecho pura e simples terá consequências gravíssimas. Claro que a Áustria usa isto como forma de pressão: uma crise que leve a explosões sociais na Grécia e uma União Europeia a assistir à agonia de milhares de pessoas às suas portas, poderá levar a decisões mais claras e precisas. Tudo isto, no entanto, à custa de muito e escusado sofrimento.