Procurador suspeito de branqueamento interrogado por juíza à hora de jantar
Operação Fizz tenta apurar se Orlando Figueira foi pago para arquivar inquérito que tinha em mãos, antes de sair do Ministério Público
O procurador Orlando Figueira, que foi detido na terça-feira por suspeitas de ter recebido luvas de centenas de milhares de euros para arquivar uma investigação que visava o vice-presidente angolano, Manuel Vicente, entrou no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa esta tarde, já passava das 18h00, para ser ouvido por uma juíza. Mas segundo o seu advogado, Paulo Sá e Cunha, a sua inquirição só começará pelas 20h. Por lei, o interrogatório só poderá prolongar-se até depois da meia-noite com o consentimento do arguido, explicou o advogado.
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O procurador Orlando Figueira, que foi detido na terça-feira por suspeitas de ter recebido luvas de centenas de milhares de euros para arquivar uma investigação que visava o vice-presidente angolano, Manuel Vicente, entrou no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa esta tarde, já passava das 18h00, para ser ouvido por uma juíza. Mas segundo o seu advogado, Paulo Sá e Cunha, a sua inquirição só começará pelas 20h. Por lei, o interrogatório só poderá prolongar-se até depois da meia-noite com o consentimento do arguido, explicou o advogado.
Em causa está um inquérito que Orlando Figueira teve em mãos relacionado com a aquisição, por parte do governante, de um apartamento no valor de vários milhões de euros no condomínio de luxo Estoril Sol Residence. Em 2012, antes de sair do Ministério Público para ir trabalhar para o BCP, banco de cujo conselho geral Manuel Vicente tinha feito parte, o procurador arquivou a investigação ao vice-presidente angolano. Os investigadores acreditam que recebeu entretanto somas avultadas numa conta de outra instituição bancária, o Banco Privado Atlântico. Orlando Figueira está indiciado por corrupção e branqueamento de capitais nesta investigação, baptizada pelas autoridades como operação Fizz.