Lesados do BES optimistas depois de reunião no Banco de Portugal
Dentro de uma a duas semanas deverá haver uma solução para recuperação de pelo menos parte das poupanças.
A associação dos lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo, comercializado pelo BES, saíram da reunião com o Banco de Portugal (BdP), realizada nesta quarta-feira, "optimistas" numa solução para a recuperação de pelo menos uma parte das suas poupanças.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A associação dos lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo, comercializado pelo BES, saíram da reunião com o Banco de Portugal (BdP), realizada nesta quarta-feira, "optimistas" numa solução para a recuperação de pelo menos uma parte das suas poupanças.
"Estamos optimistas" afirmou ao PÚBLICO o presidente da associação Indignados e Enganados do Papel Comercial, num tom de voz que revelava uma clara satisfação com o resultado do encontro.
Ricardo Ângelo adiantou que ainda não há dados concretos sobre a proposta que vai ser apresentada, como podem ou não recuperar os 500 milhões de euros aplicados, mas admite que "há uma base de trabalho".
Elogiando a "simpatia" e a "franqueza" com que foram recebidos, o presidente da associação, que representa boa parte dos mais de 2000 clientes lesados, adiantou que nos próximos dias decorrerão "intensas reuniões de trabalho" entre o BdP, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e Governo, para a definição de uma solução.
A expectativa é de que dentro de "uma semana ou duas se tenha uma proposta", que considerou "profícua", assinalando o empenho do governador.
De referir que o encontro desta quarta-feira com os lesados acontece depois de uma primeira reunião entre o BdP, a CMVM e o Governo, na passada sexta-feira.
Depois de muitos meses a reclamar uma solução, com inúmeras manifestações na rua, o processo de negociações com o supervisor acabou por ser acelerado depois das duras críticas do primeiro-ministro ao governador do BdP, Carlos Costa, pela falta de uma resposta para estes clientes, que dizem ter sido enganados pelo BES.
A CMVM sempre defendeu que deveria ser encontrada uma solução que permitisse pelo menos a recuperação de uma parte das poupanças, reconhecendo que o BES não cumpriu os deveres de informação na colocação do papel comercial.
O papel comercial foi emitido por empresas do grupo GES que se encontram actualmente em liquidação, não sendo possível ressarcir estes clientes. Muitos dos clientes alegam que desconheciam as características do produto ou que lhes tinha sido assegurado que tinha garantia do BES.