PSD força maioria de esquerda a funcionar

Bancada social-democrata vai abster-se em todas as propostas de alteração ao Orçamento do Estado. A ideia é obrigar o PS a chumbar medidas desejadas pelos partidos à sua esquerda que os socialistas não queiram.

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Passos Coelho deixou perceber a estratégia do PSD para o debate do OE Enric Vives-Rubio

A estratégia adoptada pelo PSD no Orçamento do Estado (OE) para 2016 pretende obrigar ao funcionamento da maioria de esquerda – PS, BE, PCP e PEV. Com o anúncio da abstenção do PSD em todas as propostas de alteração na apreciação do OE na especialidade, o PS terá mesmo de votar contra propostas do BE, PCP e PEV se quiser que as medidas não sejam lei. Desta forma, Passos Coelho deixa terreno aberto para eventuais desentendimentos ou para uma coesão na aliança entre os socialistas e as bancadas à esquerda. <_u13a_p>

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A estratégia adoptada pelo PSD no Orçamento do Estado (OE) para 2016 pretende obrigar ao funcionamento da maioria de esquerda – PS, BE, PCP e PEV. Com o anúncio da abstenção do PSD em todas as propostas de alteração na apreciação do OE na especialidade, o PS terá mesmo de votar contra propostas do BE, PCP e PEV se quiser que as medidas não sejam lei. Desta forma, Passos Coelho deixa terreno aberto para eventuais desentendimentos ou para uma coesão na aliança entre os socialistas e as bancadas à esquerda. <_u13a_p>

O líder social-democrata, em declarações aos jornalistas, anunciou que o PSD não irá apresentar alterações e vai abster-se nas propostas vindas de outros partidos – incluindo do CDS – mesmo que tenham já obtido anteriormente a sua “concordância” e sem ter em conta o “mérito” ou “demérito” das medidas.

Com esta estratégia neutral, os sociais-democratas pretendem que o PS assuma o voto contra propostas vindas de bancadas à sua esquerda, mesmo quando a sua posição, no passado, tenha sido a da abstenção sobre as mesmas medidas. Por exemplo, se a medida agradar ao PS mas não poder ser incluída neste Orçamento por razões financeiras, a bancada socialista não se pode simplesmente abster e terá de votar contra se quiser travar essa proposta. Já no caso das propostas em que o PS quer adoptar – mesmo que venham de outras bancadas – basta a abstenção ou o voto a favor.  <_u13a_p>

Com esta estratégia, Passos Coelho sustenta que o OE 2016 será, na exacta medida, o que o PS e os partidos que apoiam o Governo quiserem. “Fica claro que o Governo governará com o seu Orçamento e não com o da oposição. E que depende das escolhas feitas por quem o apoia, que serão os responsáveis pelo caminho a seguir. Assumirão todos, juntos dos portugueses, a responsabilidade por essas escolhas”, disse o líder social-democrata em declarações aos jornalistas quando, esta manhã, anunciou o voto contra da bancada ao Orçamento. <_u13a_p>

O discurso da responsabilização do PS e dos restantes partidos que assinaram acordos parlamentares já tem vindo a ser ensaiado nas últimas semanas. Passos Coelho quer demarcar-se do OE 2016, um instrumento que considera essencial para um qualquer Governo, e já tinha transmitido à bancada parlamentar a sua preferência por uma posição neutral dos sociais-democratas. <_u13a_p>