Pauliana Valente Pimentel, Mónica Miranda e Félix Mula finalistas do Novo Banco Photo

Valor pecuniário e formato do prémio mantém-se. Brasil deixa de fazer parte do leque de países de língua portuguesa cujos artistas podiam ser nomeados.

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Os finalistas do Novo Banco Photo 2016 são os artistas Félix Mula (Moçambique), Mónica de Miranda (Angola) e Pauliana Valente Pimentel (Portugal). Apesar da indefinição sobre a venda do Novo Banco, o prémio mantém o valor pecuniário (40 mil euros) e o formato (depois de uma exposição com trabalhos inéditos no Museu Colecção Berardo é escolhido um vencedor). Na edição deste ano, a única mudança diz respeito ao alcance do prémio, que deixa de contar com artistas brasileiros, mantendo, no entanto, a nomeação de criadores de países africanos de língua oficial portuguesa.

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Os finalistas do Novo Banco Photo 2016 são os artistas Félix Mula (Moçambique), Mónica de Miranda (Angola) e Pauliana Valente Pimentel (Portugal). Apesar da indefinição sobre a venda do Novo Banco, o prémio mantém o valor pecuniário (40 mil euros) e o formato (depois de uma exposição com trabalhos inéditos no Museu Colecção Berardo é escolhido um vencedor). Na edição deste ano, a única mudança diz respeito ao alcance do prémio, que deixa de contar com artistas brasileiros, mantendo, no entanto, a nomeação de criadores de países africanos de língua oficial portuguesa.

Como é habitual, os finalistas são seleccionados por exposições ou publicações de anos anteriores. Mula foi nomeado pela sua participação na mostra colectiva Processos, apresentada em 2014, em Maputo. O júri de selecção justifica a sua escolha desta forma: "O processo fotográfico de Félix Mula tem passado de uma maneira discreta no meio artístico moçambicano, pelo facto de tratar a fotografia como um meio para conceptualizar histórias que refletem a sua memória individual em relação à sua família, dentro de um espaço e tempo. As suas fotografias com quase uma ausência da figura humana escondem sempre algo, ao mesmo tempo que revelam as atitudes e a natureza do ser humano. Embora a fotografia tenha sido o meio primário no seu contacto artístico, a sua coerência criativa revela-se também nas suas instalações provocativas."

Mónica de Miranda foi escolhida pela exposição Hotel Globo, realizada no MNAC – Museu do Chiado, em 2015. Para o júri, esta artista (nascida no Porto em 1976, mas com uma forte relação com Angola) tem desenvolvido um trabalho que "atravessa diversas fronteiras e esboça uma paisagem de identidades plurais, inspiradas pela própria experiência e vivência de uma cultura cada vez mais itinerante". No trabalho que apresentou no Museu do Chiado, Mónica de Miranda "explora a apropriação de um símbolo da arquitetura colonial, o Hotel Globo em Luanda, através de novos modos de ocupação e de uso; levantando questões relacionadas com a memória e com o impacto dos espaços coloniais na vivência actual".

Por último, Pauliana Valente Pimentel foi seleccionada pela exposição The Behaviour of Being, patente na Galeria das Salgadeiras em Lisboa até ao dia 5 de Março. O júri destaca neste trabalho uma "grande sensibilidade narrativa, baseada numa forte consistência estético-formal". The Behaviour of Being "vem confirmar o caminho de maturidade desta artista que, nos últimos anos, tem revelado uma obra de subtil narratividade, marcada não só pela ambiguidade da significação, como por uma particular e profunda atenção à figura humana no seu envolvimento paisagístico e social".

Estes três artistas serão agora convidados a apresentar uma exposição com obras inéditas no Museu Colecção Berardo, cuja inauguração está agendada para o dia 18 de Maio. O vencedor será escolhido por um júri de premiação em Junho, em dia a anunciar.

Do júri que escolheu estes artistas fizeram parte David Santos (Portugal), curador-geral da BF16 (Bienal de Fotografia – Vila Franca de Xira), Paula Nascimento (Angola), arquitecta, curadora e directora da Beyond Entropy Africa, e Pompílio Hilário Gemuce (Moçambique), artista.

O Novo Banco Photo (ex-Bes Photo) é o principal prémio de arte contemporânea em Portugal. Em 2007 passou a incluir artistas de nacionalidade portuguesa, brasileira ou de países africanos de língua oficial portuguesa. Este ano, o Brasil deixou de fazer parte do leque de criadores a nomear.

Ângela Ferreira (Maputo, 1958) venceu a edição do ano passado, depois da apresentação da exposição A Tendency to Forget.