Turista nega que tenham sido os banhistas a matar golfinho

O incidente ocorreu na Argentina. Dezenas de turistas tiraram fotos com um golfinho e foram acusados de o ter levado à morte. Um deles diz agora que o animal já estava morto.

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Em Santa Teresita, uma praia em Buenos Aires, na Argentina, um grande número de turistas, apercebendo-se de que um golfinho de muito pequenas dimensões havia dado à costa, decidiu pegar nele e fotografaram-no. A divulgação destas fotos e de um vídeo publicado no youtube, acompanhadas por um denúncia de uma associação ambientalista argentina, levaram muitos à conclusão de que teria sido a acção dos turistas a causa da morte do animal. Agora, um dos autores das fotos vem garantir que o golfinho estava já morto e que não foi caso único: nesse dia 10 de Fevereiro, outros deram à costa.

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Em Santa Teresita, uma praia em Buenos Aires, na Argentina, um grande número de turistas, apercebendo-se de que um golfinho de muito pequenas dimensões havia dado à costa, decidiu pegar nele e fotografaram-no. A divulgação destas fotos e de um vídeo publicado no youtube, acompanhadas por um denúncia de uma associação ambientalista argentina, levaram muitos à conclusão de que teria sido a acção dos turistas a causa da morte do animal. Agora, um dos autores das fotos vem garantir que o golfinho estava já morto e que não foi caso único: nesse dia 10 de Fevereiro, outros deram à costa.

A divulgação do caso foi feita no Facebook por um turista, Heran Coria, que publicou nesta rede social fotografias que mostram uma pequena multidão rodeando um golfinho e estendendo os braços para o agarrar, de telemóvel em punho, para poder tirar uma fotografia.  Face à onda de indignação que se estendeu pela internet, e que condenou os actos dos banhistas, Heran Coria falou à agência de notícias argentina Telefé negando que a culpa fosse dos turistas.

"O golfinho chegou morto à costa, os banhistas devolveram-no ao mar mas este não voltou a mexer-se", garantiu. Coria disse que os turistas "queriam tocar e agarrar" o animal quando o viram prostrado na areia, acrescentando que naquele local da costa argentina já tinham aparecido outros animais, e alguns até teriam sido devolvidos ao mar com sucesso.  "A água estava muito quente, cheia de alforrecas e as pessoas quase nem entravam", adiantou.

Estes golfinhos pertencem a uma das espécies mais pequenas do mundo: os golfinhos franciscanos - um nome explicado pela sua pigmentação de tons castanhos que recorda o hábito dos monges da Ordem de S. Francisco. Estes golfinhos medem apenas entre 1.30 e 1.70 metros. A espécie apenas existe na costa de três países: Argentina, Uruguai e Brasil e é considerada vulnerável em termos de extinção.

O potencial de recuperação desta espécie é muito baixo porque cada fêmea tem apenas uma cria, que tem a seu cuidado durante um ou dois anos. Além disso, esta espécie de golfinhos tem uma pele particularmente grossa e gordurosa, pelo que não podem estar muito tempo fora de água. 

A fundação argentina Vida Silvestre – que é membro da World Wildlife Fund (WWF) - emitiu um comunicado no qual apela à sensibilidade de todos os habitantes locais e também dos turistas para que, assim que encontrem estes animais fora de água, os devolvam o quanto antes ao seu habitat, pois, devido à raridade da espécie, como dizem, “cada franciscano conta”.

Outra associação, o Mundo Marinho, diz que, apenas pelas imagens, não pode garantir se o animal estava morto ou vivo pois quando foi chamada ao local já não encontrou o franciscano.

Texto editado por Ana Fernandes

Texto actualizado às 10h56: Inclui declarações do turista que divulgou o caso