Associação de pais também não foi informada sobre obras no Camões

Ministério da Educação revelou à comunicação social que intervenção no antigo liceu foi declarada prioritária.

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O edifício, inaugurado em 1909, encontra-se em avançado estado de degradação Rui Gaudêncio

A Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Secundária Camões lamentou, nesta quarta-feira, que o Ministério da Educação (ME) não a tenha ainda contactado, nem à direcção da escola, sobre a intenção de avançar com a intervenção no antigo liceu, que tornou público através da comunicação social nesta terça-feira.

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A Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Secundária Camões lamentou, nesta quarta-feira, que o Ministério da Educação (ME) não a tenha ainda contactado, nem à direcção da escola, sobre a intenção de avançar com a intervenção no antigo liceu, que tornou público através da comunicação social nesta terça-feira.

Em nota enviada ao PÚBLICO, a direcção da associação lamenta ter sido informada deste processo pelos jornais, lembrando que continua a aguardar que “seja agendada a reunião solicitada ao ministro da Educação, em conjunto com a direcção da escola, de modo a poder participar activamente no levantamento das necessidades e consequentes acções de intervenção”.

O ME garantiu, na terça-feira, que ainda este ano “irá dar-se início ao projecto de intervenção” na Escola Secundária Camões, em Lisboa. Esta garantia foi feita no dia em que a associação de pais entregou, no Parlamento, uma petição, com cerca de quatro mil assinaturas, em prol de uma “intervenção urgente” naquela escola, inaugurada em 1909 e que se encontra há muito sem quaisquer obras, o que coloca “em risco a segurança das cerca de duas mil pessoas que diariamente frequentam o estabelecimento”.

Segundo o ME, a reabilitação da escola “foi já identificada como prioritária” pela actual tutela, estando previsto que ainda em 2016 se proceda “à fase de estudos e projectos de arquitectura”. Quanto ao início das obras propriamente ditas o ME informa que estará dependente da "tramitação" deste processo e da adjudicação posterior da empreitada.

Este anúncio também surpreendeu o director da Escola Secundária Camões, João Jaime, que confirmou não ter recebido ainda do ministério qualquer informação sobre o início da intervenção.

“Pedimos uma reunião ao novo ministro a 4 de Dezembro, que tem vindo sempre a ser adiada”, afirmou, para acrescentar que falou também sobre a situação da escola durante a reunião que Tiago Brandão Rodrigues teve com os directores da região de Lisboa, no passado dia 5. “Foram totalmente evasivos nas respostas”, informou.

No texto da petição, a associação de pais lembra que, nos últimos quatro anos, fez sucessivas interpelações ao anterior Governo, aos grupos parlamentares e às entidades camarárias, sem que, até ao momento, tenha havido “qualquer indicação da verba a alocar e da data para a sua concretização”. “O silêncio tem sido ensurdecedor”, acusa.

O antigo Liceu Camões, da autoria do arquitecto Ventura Terra, é considerado “uma referência da arquitectura escolar da época, contribuindo para desenhar uma cidade mais moderna”, refere-se na nota que explica a sua classificação como monumento de interesse público.