Filipe Anacoreta afasta candidatura à liderança do CDS-PP

Líder da tendência Alternativa e Responsabilidade diz que Assunção Cristas é a melhor colocada. Mas vai levar moção ao Congresso.

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Filipe Anacoreta fala de " um tempo novo e exigente" no CDS-PP Daniel Rocha

O líder da tendência do CDS-PP Alternativa e Responsabilidade (AR), Filipe Anacoreta, disse nesta quarta-feira à agência Lusa que não será candidatado à presidência do CDS-PP, considerando que Assunção Cristas está melhor posicionada para ser candidata a primeira-ministra.

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O líder da tendência do CDS-PP Alternativa e Responsabilidade (AR), Filipe Anacoreta, disse nesta quarta-feira à agência Lusa que não será candidatado à presidência do CDS-PP, considerando que Assunção Cristas está melhor posicionada para ser candidata a primeira-ministra.

Filipe Anacoreta Correia, que no último Congresso obteve mais de 16% dos votos dos delegados contra Paulo Portas, irá, contudo, apresentar uma moção de estratégia global na reunião magna centrista de Gondomar, a 12 e 13 de Março, e sublinha que o AR não prescindirá de "ter uma voz forte no partido".

"Tomei a decisão de não me voltar a candidatar à presidência do CDS. Isso tem a ver com uma análise que eu faço da actual situação interna e externa ao partido", afirmou Filipe Anacoreta, defendendo "uma mudança no partido", porque "a pior coisa que podia ser percepcionada era que Paulo Portas continuaria por detrás do partido, já não na liderança, mas continuando a comandá-lo de fora".

O advogado e membro do Conselho Nacional centrista argumentou que "o actual Governo tem evidentes sinais de fragilidade" e que "mais cedo do que tarde irão apontar para uma instabilidade negativa e o CDS tem que pensar na pessoa que está em melhores condições de se apresentar aos portugueses como candidato a primeiro-ministro".

Nesse sentido, o futuro líder "deve ser alguém que tem, preferencialmente, experiência governativa, com provas dadas, quer na vida académica e associativa e partidária, e com notoriedade evidente e que é imediatamente reconhecida pelos portugueses", sustentou.

Por outro lado, do ponto de vista interno, Filipe Anacoreta considera que o partido vai "viver um tempo novo e exigente", depois da liderança de Paulo Portas, que foi "muito longa e evidentemente muito marcante".

"É importante que a pessoa que protagonize este novo tempo seja alguém que tenha condições de assegurar uma evolução, de alguma forma, na continuidade, mas também sinalizando a mudança", defendeu.

Tudo somando, para Filipe Anacoreta, "Assunção Cristas é uma pessoa que corresponde a esse perfil e é a pessoa melhor colocada para ser uma boa candidata a primeira-ministra".

Filipe Anacoreta e a Alternativa e Responsabilidade apresentarão, contudo, uma moção de estratégia global ao 26.º Congresso: "Não deixaremos de ir ao congresso apresentar uma moção, contribuir para este momento de debate no seio do partido e vamos fazê-lo como sempre temos feito, esperando que a nova liderança acolha esses contributos não como uma ameaça, mas como uma oportunidade".

O 26.º Congresso do CDS-PP escolhe o sucessor de Paulo Portas, que está na presidência do partido desde 1998, tendo estado afastado da direcção centrista apenas dois anos, entre 2005 e 2007, durante a liderança de José Ribeiro e Castro.