Mães que matam porque querem morrer
Esta sexta-feira, uma mulher atirou-se ao rio Cávado, com um filho de sete anos ao colo. Não é a primeira que leva os filhos para a morte.
Fevereiro de 2016
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Fevereiro de 2016
Uma mulher atirou-se ao rio Tejo com as duas filhas, de quatro anos e 18 meses. As meninas morreram, mas a mulher consegui salvar-se. O casal estava separado e em litígio: corria um processo de violência doméstica contra o pai das crianças, havendo igualmente um processo de promoção e protecção das meninas relacionado com uma queixa de abuso sexual das menores que visava igualmente o pai. A mãe foi detida e, depois de ouvida por uma juíza de instrução, ficou em prisão preventiva.
Janeiro de 2016
Uma mulher de 55 anos, doente oncológica e desempregada, envenenou o filho de 11 anos e suicidou-se de seguida, na Ponta do Sol, Madeira. Muito doente, enfraquecida pelos tratamentos, com dificuldades de locomoção, a mulher tinha-se separado do pai dos filhos havia quatro anos. O seu último companheiro suicidara-se cerca de um mês antes.
Fevereiro de 2013
Manuela Paçó, uma professora de 47 anos, alojou-se com o filho de 12 anos num hotel de Bragança, atirou-o pela janela e saltou de seguida. O rapaz sofria de autismo. No quarto do hotel foram encontradas pizzas, refrigerantes e restos de embalagens de antidepressivos. Casada com o presidente da Assembleia Municipal de Vinhais, Manuela estaria há algum tempo com uma depressão.
Janeiro de 2013
Eliana Sanches, 40 anos, professora de Educação Visual, envenenou os dois filhos, de 13 e 12 anos, e a seguir suicidou-se com um saco de plástico na cabeça. Os menores foram encontrados pela polícia no interior de um carro estacionado na mata do Jamor, Oeiras. O cadáver da mãe estava a poucos metros da viatura. Dois dias antes, o tribunal decidira entregar a guarda dos dois menores ao pai, de quem Eliana estava divorciada havia cinco anos, e limitar as suas visitas aos filhos. Com uma depressão profunda, Eliana já tinha alertado os amigos: nunca entregaria as crianças ao pai.
Dezembro de 2012
Kelly Oliveira, 32 anos, aproveitou a ausência momentânea do companheiro para deitar fogo à casa, em Preces, Alenquer. Os dois filhos do casal luso-brasileiro, um com dois anos e outro com 11 meses, morreram asfixiados com o fumo. Em tribunal, Kelly, que vivia com muitas dificuldades económicas, justificou-se com os problemas de relacionamento com o companheiro, que temia poder ficar com a guarda das crianças em caso de separação. A família estava sinalizada desde Julho pelas autoridades, porque as crianças evidenciavam falta de cuidados. Na altura, a Segurança Social explicou que a situação dos menores tinha sido sinalizada à Comissão de Protecção de Crianças de Alenquer pelo centro de saúde e que, como os pais não autorizaram qualquer intervenção, o processo foi remetido para tribunal. Kelly foi condenada, em primeira instância, a 24 anos de prisão.
Agosto de 2012
Luciana Gioso, dentista de nacionalidade brasileira, 40 anos, provocou um incêndio e explosão na vivenda em que vivia em Castro Marim, no Algarve. Esperou que o marido saísse de casa, regou a cama e os armários com gasolina, fechou o quarto dos filhos à chave e pegou-lhes fogo. Morreu com os dois filhos, de 13 e 11 anos. A tomar antidepressivos, Luciana já tinha avisado alguns amigos mais próximos de que tencionava suicidar-se.