George W. entra em cena para tentar ressuscitar campanha de Jeb Bush
O ex-Presidente dos Estados Unidos esteve ao lado do seu irmão num evento em North Charleston. O principal alvo do seu discurso foi Donald Trump.
As primárias na Carolina do Sul estão aí à porta e George W. Bush decidiu vir em auxílio do seu irmão, Jeb Bush. Num evento em North Charleston, o antigo Presidente dos Estados Unidos apelou ao voto no irmão, elogiando o seu carácter e deixando fortes críticas a Donald Trump.
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As primárias na Carolina do Sul estão aí à porta e George W. Bush decidiu vir em auxílio do seu irmão, Jeb Bush. Num evento em North Charleston, o antigo Presidente dos Estados Unidos apelou ao voto no irmão, elogiando o seu carácter e deixando fortes críticas a Donald Trump.
A presença de George W. Bush na campanha pode dar um novo fôlego a Jeb Bush, tendo em conta o simbolismo da Carolina do Sul para a família Bush. Foi este Estado que, em 2000, abriu o caminho à vitória de George W. nas presidenciais do mesmo ano.
Sem mencionar o nome de Donald Trump, George W. Bush, de 69 anos, não deixou dúvidas de que o alvo principal do seu discurso em North Charleston era o milionário de Nova Iorque, que num debate na madrugada de domingo lhe deixou fortes críticas. No debate, onde estiveram presentes os seis candidatos republicanos, Donald Trump atacou o legado do ex-Presidente dos EUA, particularmente a sua política de intervenção militar no Iraque, que destabilizou o Médio Oriente.
A resposta de George W. Bush não tardou. “Estes são tempos difíceis, e eu sei que os americanos estão zangados, mas não precisamos de uma pessoa na Sala Oval que espelhe e inflame a nossa raiva e as nossas frustrações”, afirmou o antigo Presidente americano, citado pela Reuters. Distanciando o discurso populista de Trump do discurso do seu irmão, Bush W. apelou ainda à necessidade de uma “força real” capaz de dar resposta aos desafios que o país enfrenta. “A força não é uma retórica vazia. Não é barulho. Não é teatro de amadores. A força real vem com integridade e carácter. Na minha experiência, a pessoa mais forte não é, habitualmente, a mais barulhenta na sala”.
Horas antes, já o embate entre o ex-Presidente dos EUA e o magnata e estrela de televisão estava ao rubro. Antecedendo o evento protagonizado pelos dois irmãos Bush, Trump participou numa conferência a apenas poucos quilómetros de distância, aproveitando para atacar novamente George W. Bush. “Desculpem-me, o World Trade Center foi derrubado durante o reinado de George Bush, certo? Foi o maior ataque na história dos Estados Unidos – ainda pior do que Pearl Harbor… Não estávamos seguros”, afirmou.
Apesar de muitos republicanos admirarem George W. Bush, a verdade é que as críticas de Donald Trump têm surtido efeito, considera o Governador da Carolina do Sul, David Beasley. “As pessoas vão pensar ´eu adoro o George, mas não sei se posso voltar a confiar o meu voto a outro Bush`”, afirmou o Governador ao Washington Post.
Se a presença de George W. Bush em North Charleston vai ajudar o seu irmão de 63 anos nas primárias da Carolina do Sul do próximo sábado é ainda uma incógnita. Nas sondagens, Jeb Bush está em quarto lugar, atrás do milionário e estrela de televisão, Donald Trump, do Senador do Texas, Ted Cruz, e do Senador da Flórida, Marco Rubio.
Numa altura em que muitos eleitores norte-americanos estão a rejeitar os candidatos do chamado establishment, a corrida não se adivinha fácil para Jeb Bush. Muitos norte-americanos ainda associam a sua imagem ao pesado legado da família Bush, um obstáculo que o ex-Governador da Flórida tem de enfrentar.
Jeb Bush terminou em sexto lugar nos caucus do Iowa e num modesto quarto lugar nas primárias de New Hampshire, onde se esperava que obtivesse um melhor resultado entre os candidatos do establishment.
Apesar disso, na conferência em North Charleston, Jeb Bush afirmou que “vai haver uma surpresa”, antecipando um bom resultado nas primárias da Carolina do Sul, onde disputa com o Senador da Flórida, Marco Rubio, e o Governador do Ohio, John Kasich, um lugar privilegiado para conter o avanço dos republicanos mais radicais, Donald Trump e Ted Cruz.
Texto editado por Joana Amado