Reciclagem em Portugal aumentou 6% no ano passado
Portugueses enviaram para reciclagem 442 mil toneladas de embalagens em 2015. Plástico ultrapassou papel e cartão.
Os portugueses encaminharam para reciclagem 442 mil toneladas de embalagens, em 2015, mais 6% do que no ano anterior, com a maior subida a pertencer ao plástico, e a única descida a ser apresentada pelo papel e cartão.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os portugueses encaminharam para reciclagem 442 mil toneladas de embalagens, em 2015, mais 6% do que no ano anterior, com a maior subida a pertencer ao plástico, e a única descida a ser apresentada pelo papel e cartão.
Os dados divulgados neste sábado pela Sociedade Ponto Verde (SPV) referem o crescimento de 32% do plástico, ao atingir 115.701 toneladas de material recuperado, no fluxo urbano que inclui embalagens de origem doméstica, do pequeno comércio e canal Horeca (hotéis, restaurantes e cafés).
A SPV realça o papel da recolha selectiva, com os ecopontos e o sistema porta a porta, que cresceu 5%, para 320.629 toneladas, no ano passado.
No global dos dois fluxos, o urbano e o não urbano, a SPV enviou para reciclagem 729 mil toneladas de embalagens, um valor semelhante ao resultado do ano anterior, refere aquela entidade.
O vidro depositado para reciclagem pelos consumidores urbanos aumentou 4% e chegou às 182.014 toneladas, uma quantidade que a SPV diz ser suficiente para fabricar 360 milhões de garrafas, ou uma torre com 216 metros de altura.
A quebra de 12% do papel e cartão levou a uma descida do segundo para o terceiro lugar, na lista dos materiais de embalagem encaminhados para reciclagem, por troca com o plástico que, assim, subiu uma posição.
No entanto, as 111,8 mil toneladas de papel e cartão, enviadas para tratamento, seriam suficientes para embrulhar mais de quatro mil Torres de Belém, segundo as contas da SPV.
Quanto ao metal, salienta esta entidade, foram recolhidas quase 28 mil toneladas, o que representa um acréscimo de 14% relativamente aos valores encaminhados em 2014, e seria suficiente para fabricar cerca de 58 mil automóveis ou mais de 2,2 milhões de bicicletas.
A madeira é o material com menores quantidades tratadas, ficando nas 4,8 mil toneladas (mais 2%), mas a sua reciclagem evita o abate de 166 mil árvores.
Os resultados obtidos, segundo a SPV, devem-se às campanhas de sensibilização que desenvolveu, nos quase 20 anos de actividade, e que contribuíram para que, actualmente, sete em cada dez lares portugueses façam a separação das suas embalagens usadas.
"A SPV acredita que, nos próximos anos, a reciclagem de embalagens usadas continuará a aumentar em Portugal, contribuindo para um futuro melhor para as gerações vindouras", salienta aquela entidade.
Desde a sua criação, em 1996, foram encaminhados para reciclagem mais de 6,8 milhões de toneladas de resíduos de embalagens, o equivalente ao peso de três pontes Vasco da Gama, e investidos mais de 50 milhões de euros, em acções de comunicação e sensibilização, e 650 milhões de euros, na recolha selectiva, segundo a SPV.