Advogados ameaçam processar Apple por causa do error 53
Apple não divulga quantos clientes portugueses foram afectados por este erro que inutiliza os telemóveis.
O error 53 em iPhones continua a dar que falar. Depois de a sua existência ter sido divulgada na semana passada, a firma de advogados PCVA de Seattle (EUA) ofereceu-se para representar clientes de forma gratuita, porque acredita que se está perante uma violação de direitos dos consumidores.
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O error 53 em iPhones continua a dar que falar. Depois de a sua existência ter sido divulgada na semana passada, a firma de advogados PCVA de Seattle (EUA) ofereceu-se para representar clientes de forma gratuita, porque acredita que se está perante uma violação de direitos dos consumidores.
Na base da polémica, está o error 53, erro que deixa iPhones completamente inutilizáveis, presos num loop infinito de restauros sem ter qualquer tipo de solução. Pelo que se sabe, o erro ocorre aquando da instalação de actualizações de software em telemóveis cujos botões Home tenham sido substituídos, o que causa uma falha no sistema de segurança Touch ID, que bloqueia o aparelho de forma permanente.
Alguns clientes acusam a empresa americana de ter conhecimento da falha e, alegadamente, a ter mantido, de forma a incentivar os utilizadores de iPhones a repararem os seus smartphones em lojas oficiais em vez de terceiros, que tendem a ser bastante mais baratos.
Na maioria dos casos, o telemóvel funcionou ainda meses antes de dar o erro fatal, pelo que se aconselha os utilizadores a terem cuidado antes de instalarem actualizações.
Representantes da Apple explicaram a vários órgãos de comunicação social que se trata de uma medida de segurança, de forma a proteger os utilizadores. “Se o telemóvel descobre uma diferença entre o botão Home e o resto do sistema, este último bloqueia-se para impedir sensores Touch ID fraudulentos”, disse um responsável da empresa ao Daily Star, acrescentando que “se o iOS encontrar uma falha entre os dois, a validação falha e tudo bloqueia”.
A PCVA afirmou em comunicado que acredita tratar-se de uma violação de direitos dos consumidores. “Acreditamos que a Apple possa estar a forçar os seus utilizadores de forma intencional a recorrerem aos seus sistemas de reparação que custam muito mais do que por terceiros”, pode-se ler no site da firma.
Contactada pelo PÚBLICO, a empresa de comunicação EDC, responsável pela Apple em Portugal, respondeu que o número de ocorrências do erro no país era confidencial e remeteu para as declarações feitas ao Daily Star. Questionada sobre o erro, a empresa referiu que a Apple não tinha mais declarações a acrescentar sobre o assunto.
Fonte do suporte técnico da Apple revelou que não existe qualquer tipo de procedimento ou solução a dar pelos funcionários aos clientes que tenham sido afectados por este erro, que já apareceu algumas vezes. Na página de suporte oficial da Apple, o erro 53 apresenta como procedimento de resolução a tentativa de restaurar o sistema, que já se verificou não produzir resultados.
Em Portugal, os centros de reparação oficiais da Apple só substituem o ecrã de telemóvel, não efectuando substituições de botões de iPhones. Ou seja, em casos de falhas de botões, a única solução para os utilizadores portugueses é a troca do aparelho por outro novo. Quem não tiver garantia tem que pagar essa troca, pagando valores que começam nos 200 euros e podem ultrapassar os 300.
No entanto, existem várias lojas de reparação terceiras que efectuam substituições de peças, inclusive o botão Home, com preços variáveis entre os 60 e os 130 euros dependendo do local e do modelo.
Texto editado por Hugo Daniel Sousa