Ministério da Cultura e Câmara de Loures querem recuperar Palácio Valflores

João Soares e Bernardino Soares visitaram o imóvel arruinado e declararam-se empenhados na sua reabilitação, mas falta o dinheiro.

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Palácio Valflores Pedro Cunha

O ministro da Cultura garantiu esta quarta-feira que o Governo tem “a intenção firme” de cooperar com a Câmara de Loures na recuperação do Palácio Valflores. O imóvel, situado em Santa Iria da Azóia, junto à auto-estrada do Norte, encontra-se abandonado há muitos anos e foi mandado construir no século XVI. É considerado um exemplo da arquitectura residencial renascentista em Portugal e, segundo a organização Europa Nostra, é um dos 14 monumentos mais ameaçados na Europa.

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O ministro da Cultura garantiu esta quarta-feira que o Governo tem “a intenção firme” de cooperar com a Câmara de Loures na recuperação do Palácio Valflores. O imóvel, situado em Santa Iria da Azóia, junto à auto-estrada do Norte, encontra-se abandonado há muitos anos e foi mandado construir no século XVI. É considerado um exemplo da arquitectura residencial renascentista em Portugal e, segundo a organização Europa Nostra, é um dos 14 monumentos mais ameaçados na Europa.

No decurso de uma visita ao concelho de Loures, durante a qual visitou o imóvel mandado construir por Jorge de Barros, feitor de D. João III na Flandres, João Soares afirmou que pretendia “avaliar” com os seus próprios olhos “algumas questões de natureza patrimonial que se colocam no concelho de Loures, e onde o Ministério da Cultura tem a intenção firme de trabalhar em cooperação com o município”. 

O Palácio Valflores faz parte de uma quinta com cerca de 44.000 metros quadrados que manteve a sua actividade agropecuária até à 1.º metade do século XX, quando foi adquirida pela família inglesa Reynolds, explicou à Lusa a arqueóloga Ana Raquel Silva, da Câmara de Oeiras.

O palácio, agora propriedade da Câmara de Loures, está em avançado estado de degradação e tem as estruturas muito fragilizadas, sendo “essencial a sua sustentação, para uma posterior intervenção”, disse a arqueóloga.

A sustentação do edifício tem um custo estimado em meio milhão de euros que serão suportados pela câmara, disse o seu presidente, Bernardino Soares, que frisou o “empenho” da autarquia na sua recuperação.

O palácio Valflores “é um exemplo concreto de uma peça de património histórico, que importa para já preservar, depois reabilitar, e encontrar uma utilização compatível com a localização soberba que tem”, afirmou o ministro da Cultura. “É nesta perspectiva que estamos aqui, para trabalharmos juntos, de uma forma fraterna e que se espera que seja dinâmica, conscientes das dificuldades com que o país está confrontado no plano orçamental”, frisou. “Somos gente madura e profundamente responsável e não podemos fazer promessas que não possamos cumprir em termos dos recursos orçamentais”, acrescentou.

Para já, adiantou a arqueóloga Ana Raquel Silva à Lusa, o projecto de sustentação vai candidatar-se a financiamento europeu. Segundo João Soares, o Ministério da Cultura vai constituir “uma equipa simples” com a autarquia para debater todas as possibilidades, nomeadamente o recurso a fundos europeus para a sua reabilitação.

“Trabalhar com afinco”, foi a promessa deixada pelo ministro que visitou também a Praça Monumental, em estilo barroco, em Santo Antão do Tojal, o Centro de Interpretação da Rota Histórica das Linhas de Torres e o Museu do Vinho e da Vinha.

Quanto à utilização futura do palácio de Valflores, classificado como Imóvel de Interesse Público, Bernardino Soares disse que ele deverá vir a ter uma função na área da cultura. Em 2015 a autarquia divulgou, em comunicado, a intenção de ali criar um centro cultural, com uma escola de artes e ofícios e um pequeno museu para “fomentar a coesão sóciocultural e recolocar o palácio no plano de desenvolvimento urbano da região”.