Ferro Rodrigues e Slimani: a mesma luta!
O Meirim é tolo! Oito dias depois o mesmo título no artigo? É um avião? Um pássaro? O Super-homem? Não. Todavia, o título é igual. Porquê, então? Assim me foi pedido por Sua Excelência o Presidente da Assembleia da República, pela pena do seu assessor de imprensa na passada segunda-feira, por via de carta entregue por mão própria. No dia seguinte, uma secretária, por volta das 17 horas, alcançou a confirmação de que a carta tinha sido recepcionada. Tal missiva começa por um pedido: “que tenha a gentileza de repetir, se possível com o mesmo destaque, o título do seu artigo de opinião de ontem (domingo, 31 de janeiro de 2016) no jornal Público”. Já está: eu sou uma pessoa gentil.
Confesso que após o escrito, passei a interessar-me com o facto de termos ou não Orçamento, o alcance do vírus Zika e tantos outros temas pungentes da vida. Perdoe-me o leitor e ainda o Senhor Presidente, mas não mais pensei num caso menor (o meu artigo).
É verdade que, consultada a agenda pública do Presidente da Assembleia da República, a segunda-feira, dia 1, não apresentava nenhuma indicação. É, pois, possível que, a lápis, internamente, alguém tenha colocado: “Enviar carta ao tal do Meirim para fazer um pedido e solicitar dois esclarecimentos, ou lá o que é, sobre o Sporting e o Slimani”. Só pode ter sido nessa altura que este “assunto menor”, no qualificativo do assessor que fala pelo Presidente da Assembleia da República, ganhou espaço. Não posso crer que os outros assuntos não ocupassem a atenção e o tempo que lhe são devidos: audiências a embaixadores, posse de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, presidência de reuniões plenárias, audiência com uma Delegação do Conselho Diretivo da Associação Nacional de Freguesias e ainda outra com a Direção do Sindicato dos Funcionários Parlamentares (alguns dos quais, quiçá, associados do Núcleo do Sporting da Assembleia da República). Ah! Não esquecer o passar revista à Guarda de Honra.
E diz o Presidente da Assembleia da República (sempre por mão funcional): a sua luta, enquanto sócio nº 487 do Sporting é, de facto, a mesma de Slimani: luta pela possibilidade do Sporting ser campeão (De que forma? Não me parece ser bem a mesma coisa quando colocados os dois em campo! Mas...).
Diz ainda o Presidente que já não é aquilo que eu afirmei que ele era: presidente da assembleia geral do Núcleo do Sporting da Assembleia da República. Informa que renunciou ao exercício desse cargo em 20 de Novembro de 2015. Puno-me por não estar atento a esse facto. Porém, julgo que manterá a sua qualidade de associado de tal núcleo e que, então, repudiará em próxima carta, os termos do comunicado (“Os órgãos sociais do núcleo constataram que a oportunidade da abertura deste processo representa uma afronta ao clube e uma aplicação discriminatória das disposições regulamentares). Tanto mais, digo eu agora já com receio de errar, quando o Presidente desse Núcleo é tão só adjunto do secretário-geral do Parlamento.
Pede ainda o Presidente que eu aceite como bom o facto de ele ter uma rigorosa prática e conduta institucional, mesmo quando falamos do clube de que é sócio há 66 anos. Ele é o Presidente de todos os deputados, quaisquer que sejam as suas filiações clubísticas ou outras. Caro Presidente – se me permite que o trate assim –, aceito sem dificuldade, embora não seja positivo pedir-me esse tipo de coisas pois não sou bom aval.
E o Dr. Ferro Rodrigues – estou aqui e estou a tutear - termina por me dar conta da sua admiração pelas qualidades e determinação de Slimani, fazendo votos que marque muitos golos.
Tudo isto, naquilo que “poderíamos classificar como um caso menor”.
Aguardo, com o mesmo fervor, um qualquer comunicado da bancada parlamentar encarnada ou dos deputados dragões. Bora lá! Como dizia voz amiga: está tudo doido.
josemeirim@gmail.com
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O Meirim é tolo! Oito dias depois o mesmo título no artigo? É um avião? Um pássaro? O Super-homem? Não. Todavia, o título é igual. Porquê, então? Assim me foi pedido por Sua Excelência o Presidente da Assembleia da República, pela pena do seu assessor de imprensa na passada segunda-feira, por via de carta entregue por mão própria. No dia seguinte, uma secretária, por volta das 17 horas, alcançou a confirmação de que a carta tinha sido recepcionada. Tal missiva começa por um pedido: “que tenha a gentileza de repetir, se possível com o mesmo destaque, o título do seu artigo de opinião de ontem (domingo, 31 de janeiro de 2016) no jornal Público”. Já está: eu sou uma pessoa gentil.
Confesso que após o escrito, passei a interessar-me com o facto de termos ou não Orçamento, o alcance do vírus Zika e tantos outros temas pungentes da vida. Perdoe-me o leitor e ainda o Senhor Presidente, mas não mais pensei num caso menor (o meu artigo).
É verdade que, consultada a agenda pública do Presidente da Assembleia da República, a segunda-feira, dia 1, não apresentava nenhuma indicação. É, pois, possível que, a lápis, internamente, alguém tenha colocado: “Enviar carta ao tal do Meirim para fazer um pedido e solicitar dois esclarecimentos, ou lá o que é, sobre o Sporting e o Slimani”. Só pode ter sido nessa altura que este “assunto menor”, no qualificativo do assessor que fala pelo Presidente da Assembleia da República, ganhou espaço. Não posso crer que os outros assuntos não ocupassem a atenção e o tempo que lhe são devidos: audiências a embaixadores, posse de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, presidência de reuniões plenárias, audiência com uma Delegação do Conselho Diretivo da Associação Nacional de Freguesias e ainda outra com a Direção do Sindicato dos Funcionários Parlamentares (alguns dos quais, quiçá, associados do Núcleo do Sporting da Assembleia da República). Ah! Não esquecer o passar revista à Guarda de Honra.
E diz o Presidente da Assembleia da República (sempre por mão funcional): a sua luta, enquanto sócio nº 487 do Sporting é, de facto, a mesma de Slimani: luta pela possibilidade do Sporting ser campeão (De que forma? Não me parece ser bem a mesma coisa quando colocados os dois em campo! Mas...).
Diz ainda o Presidente que já não é aquilo que eu afirmei que ele era: presidente da assembleia geral do Núcleo do Sporting da Assembleia da República. Informa que renunciou ao exercício desse cargo em 20 de Novembro de 2015. Puno-me por não estar atento a esse facto. Porém, julgo que manterá a sua qualidade de associado de tal núcleo e que, então, repudiará em próxima carta, os termos do comunicado (“Os órgãos sociais do núcleo constataram que a oportunidade da abertura deste processo representa uma afronta ao clube e uma aplicação discriminatória das disposições regulamentares). Tanto mais, digo eu agora já com receio de errar, quando o Presidente desse Núcleo é tão só adjunto do secretário-geral do Parlamento.
Pede ainda o Presidente que eu aceite como bom o facto de ele ter uma rigorosa prática e conduta institucional, mesmo quando falamos do clube de que é sócio há 66 anos. Ele é o Presidente de todos os deputados, quaisquer que sejam as suas filiações clubísticas ou outras. Caro Presidente – se me permite que o trate assim –, aceito sem dificuldade, embora não seja positivo pedir-me esse tipo de coisas pois não sou bom aval.
E o Dr. Ferro Rodrigues – estou aqui e estou a tutear - termina por me dar conta da sua admiração pelas qualidades e determinação de Slimani, fazendo votos que marque muitos golos.
Tudo isto, naquilo que “poderíamos classificar como um caso menor”.
Aguardo, com o mesmo fervor, um qualquer comunicado da bancada parlamentar encarnada ou dos deputados dragões. Bora lá! Como dizia voz amiga: está tudo doido.
josemeirim@gmail.com