“Não introduzo mudanças artificiais ao sabor do vento”, diz Passos Coelho

O lema “Social-democracia sempre”, que marca a sua recandidatura, foi escolhido para evitar “discutir falsos assuntos”, afirma o líder do PSD.

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Passos Coelho recandidata-se à liderança do PSD Daniel Rocha

Um ex-primeiro-ministro pronto para o voltar a ser a qualquer momento. É assim que Pedro Passos Coelho se apresenta esta quinta-feira à noite, quando formalizar a sua recandidatura à liderança do PSD. “Não estou ansioso por ir a eleições, mas estou preparado para voltar a ser primeiro-ministro”, afirma, em nota enviada às redacções após uma conversa longa, mas reservada, com jornalistas.

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Um ex-primeiro-ministro pronto para o voltar a ser a qualquer momento. É assim que Pedro Passos Coelho se apresenta esta quinta-feira à noite, quando formalizar a sua recandidatura à liderança do PSD. “Não estou ansioso por ir a eleições, mas estou preparado para voltar a ser primeiro-ministro”, afirma, em nota enviada às redacções após uma conversa longa, mas reservada, com jornalistas.

Antecipando a apresentação da candidatura, o líder do PSD rejeita olhar para a situação política “com a visão do bota-abaixo”, mas deixa claro que não concorda com “o programa deste Governo nem com as suas prioridades”. Mas também não prevê que haja “necessidade de o país voltar a passar pelo que passou”.

Passos Coelho não se arrepende do que fez, antes se orgulha desse legado, que viu respaldado no fecho do programa da troika e depois nos resultados eleitorais de Outubro. “Tivemos que fazer o que tinha de ser feito”, lê-se na mesma nota, na qual o ex-primeiro-ministro sublinha ter “dado a cara por essas medidas, sem cálculos pessoais. E considera que “a imagem ligada à austeridade resultou das circunstâncias e pode estar associada à determinação" com que liderou o país.  

“Mesmo nas medidas de austeridade que adoptámos fomos sempre sociais-democratas”, afirma Passos Coelho. E defende assim o lema da sua recandidatura – “Social-democracia sempre” -, com o qual pretende afastar aquilo que considera ser "um não assunto”: “Fomos, somos e continuaremos a ser sociais-democratas. Não introduzo mudanças artificiais ao sabor do vento”. Um claro recado para dentro do partido, tentando impedir que a discussão ideológica venha a marcar o próximo congresso do PSD, marcado para 1, 2 e 3 de Abril, em Espinho.

Da parte do PSD, promete “uma oposição construtiva”, com a apresentação de propostas para o combate às desigualdades sociais e para a promoção da natalidade. “Queremos um país mais atractivo, mais tecnológico, mais inovador, com menos desigualdades e com mais justiça social”, acrescenta-se na nota.

Sobre a Europa, Passos Coelho deixa um aviso: “Se a estratégia populista e radical que se está a instalar em alguns países europeus for bem sucedida, Portugal será dos primeiros a serem prejudicados”.

As eleições directas no PSD estão marcadas para 5 de Março e as candidaturas podem ser apresentadas até ao primeiro dia desse mês. Até ao momento, ainda nenhum outro candidato se posicionou na corrida à liderança do PSD.