Um brinde aos que cá estão
Afinal de contas o fim traz a mudança e a maioria de nós oferece uma enorme resistência àquilo que é diferente, ao que muda… mesmo que seja para melhor
Não gosto da palavra fim. Não gosto da forma como soa e muito menos me apraz o seu significado. Estou a generalizar, é um facto. Mas, e tendo em conta a minha ainda curta experiência por cá, o fim de algo traz inevitavelmente dôr, ressentimento e uma estranheza à qual é difícil a adaptação.
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Não gosto da palavra fim. Não gosto da forma como soa e muito menos me apraz o seu significado. Estou a generalizar, é um facto. Mas, e tendo em conta a minha ainda curta experiência por cá, o fim de algo traz inevitavelmente dôr, ressentimento e uma estranheza à qual é difícil a adaptação.
Afinal de contas o fim traz a mudança e a maioria de nós oferece uma enorme resistência àquilo que é diferente, ao que muda… mesmo que seja para melhor.
Reflito sobre tudo aquilo que passou. Tenho esta terrível tendência de me deixar ficar presa ao que foi e já não é, ao que partiu e não regressa. Uma mania tão humana quanto assustadoramente infeliz e “cómoda”. Uma verdadeira perda de tempo.
Aos poucos vou-me convencendo que há capítulos ao longo do meu percurso que se vão encerrando e que não está ao meu alcance alterar essa realidade. Por isso, vou-me deixando andar, tentando a todo o custo livrar-me da mágoa que muitas vezes me acorda a meio da noite e me segreda ao ouvido: não foi a primeira, nem será a última. Desilusão digo.
Levanto-me e prometo a mim mesma que não derramarei nem mais uma lágrima por quem já não faz parte, pelas pessoas que foram pregar para outra freguesia sem sequer olharem para trás. Apenas foram e não voltaram.
E aí aceito que chegou o tal Fim, aquele que tinha que chegar algum dia. Vou-me reeducando para deixar esses milhares de “finais” no fundo do armário mais escondido de um quarto na cave, para dar lugar ao hoje e ao amanhã. Brindemos, então, às continuações que já cá estão e aos inícios que ainda virão.