Aluna de 11 anos morre na sequência de paragem cardíaca em escola do Monte Abraão
Hospital de Santa Maria esclarece que morte se deveu a uma paragem cardíaca. Comunicado lido aos estudantes diz que aluna "escorregou e bateu com a cabeça no chão". Direcção da Escola D. Pedro IV, no concelho de Sintra, fala em "acontecimento repentino".
A morte de uma aluna de 11 anos da Escola Básica 2,3 D.Pedro IV, do Agrupamento de Escolas Miguel Torga, Monte Abraão, Sintra, foi motivada por uma paragem cardíaca que teve como consequência morte cerebral, revelou esta sexta-feira à noite a direção clínica dos Centros Hospitalares de Lisboa Norte (CHLN).A autópsia ao corpo permitiu perceber que a criança sofreu uma paragem cardíaca que evoluiu para morte cerebral e que “não havia qualquer sinal de trauma, nem foi esta a causa de morte”, especificou.
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A morte de uma aluna de 11 anos da Escola Básica 2,3 D.Pedro IV, do Agrupamento de Escolas Miguel Torga, Monte Abraão, Sintra, foi motivada por uma paragem cardíaca que teve como consequência morte cerebral, revelou esta sexta-feira à noite a direção clínica dos Centros Hospitalares de Lisboa Norte (CHLN).A autópsia ao corpo permitiu perceber que a criança sofreu uma paragem cardíaca que evoluiu para morte cerebral e que “não havia qualquer sinal de trauma, nem foi esta a causa de morte”, especificou.
O incidente ocorreu na segunda-feira. A aluna do 6.º ano foi transportada para o Hospital de Santa Maria, onde morreu na quinta-feira.
Já ontem à tarde, foram muitos os alunos que, à porta da escola, negavam que a morte tivesse resultado de uma agressão, como foi avançado pelo Correio da Manhã, que citou amigos da família. E não escondiam a sua revolta face a esta notícia. Um grupo de alunos do 9.º ano relatou ao PÚBLICO que de manhã manhã a direcção do agrupamento comunicou o falecimento da aluna através de um comunicado lido nas salas de aulas, no qual dava também conta de que ela estava a brincar na sala de convívio com uma colega quando escorregou e bateu com a cabeça no chão.
É também isso que relata uma colega mais velha da vítima, que afirma ter presenciado tudo: a menina estava a brincar com a sua melhor amiga quando embateu num cacifo e caiu no chão. Esta colega, de 14 anos, diz que a aluna tinha graves problemas de saúde. O PÚBLICO tentou falar com a direcção do estabelecimento de ensino ao longo da tarde desta sexta-feira, mas sem sucesso.
Num comunicado colocado na página de Internet da escola, a direcção do agrupamento refere que a aluna morreu ao final do dia de quinta-feira, "na sequência de um acontecimento repentino ocorrido na escola, durante o primeiro intervalo da tarde de segunda-feira". Era "uma criança doce, simpática, boa colega, divertida e feliz", e uma estudante "responsável, empenhada e bem-comportada". O ministro da Educação já lamentou a morte desta aluna.
Os Bombeiros Voluntários de Queluz, que chegaram ao local dez minutos depois de ter sido recebido o pedido de assistência da escola, não foram alertados para nenhuma agressão. "Passou-nos completamente ao lado qualquer questão relacionada com agressões. Daí que não tenhamos accionado a PSP", garantiu o segundo comandante dos Bombeiros Voluntários de Queluz, Hugo Neves. Uma fonte da escola garantiu igualmente não ter ocorrido qualquer agressão.
"Quando chegámos ao local, às 15h20, já havia um funcionário a fazer-lhe manobras de suporte básico de vida. Ela encontrava-se em paragem cardiorespiratória", descreve Hugo Neves.. Os bombeiros substituíram o funcionário [segundo os alunos ouvidos pelo PÚBLICO foi uma professora quem prestou esta assistência] e, mais tarde, depois da chegada da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital S. Francisco Xavier - que, segundo o INEM ocorreu logo após a dos bombeiros,às 15h 22 -, a criança voltou a ter sinais vitais. "Seguiu ventilada para o hospital", acrescentou Hugo Neves.
O telefonema que o Centro de Orientação de Doentes Urgentes recebeu via 112 mencionava um desmaio. "Segundo o contactante, que não se encontrava junto da vítima, esta estava a deitar sangue pela boca”, relata o Instituto Nacional de Emergência Médica. Quando a operadora telefónica conseguiu falar com quem estava junto da criança, confirmou que se encontrava em paragem cardiorespiratória. Daí o início das manobras de reanimação.
"É uma escola cinco estrelas", garantia à porta um dos alunos do 9.º ano, que se assumiram como interlocutores dos jornalistas, a quem pediram, aliás, que não incomodassem os seus colegas mais novos. "Hoje de manhã estavam a chorar", contam. São também peremptórios ao afirmar que "raramente existem conflitos" na escola. "Quando há algum as contínuas aparecem logo. E nós mesmo, os do 9.º anos, também não deixamos que aconteça", acrescentam.
O gabinete do ministro da Educação, através da Direcção-Geral de Estabelecimentos Escolares, contactou com a direcção do agrupamento, "tendo tido conhecimento de que a turma e a família estão a ser acompanhadas pelos órgãos da escola, incluindo o conselho geral e direcção, bem como pela psicóloga do agrupamento”, diz uma nota informativa do Ministério. O INEM também deu conta de que, às 15h46 de segunda-feira, a equipa do VMER "solicitou o apoio de uma Unidade Móvel de Intervenção Psicológica de Emergência". Estas equipas, acrescentou, "intervêm em situações como acidentes de viação, mortes inesperadas ou traumáticas, emergências psicológicas, abuso/violação física ou sexual, ocorrências que envolvam crianças, entre outros".
As bandeiras das escolas do agrupamento ficarão içadas a meia haste durante alguns dias. Foi também feito, em memória da criança, um minuto de silêncio da parte da manhã e outro no turno da tarde.