Como compreendem o que lêem? Milhares de crianças participam em teste internacional

Há cinco anos Portugal ficou em 19.º lugar em 33 países num estudo internacional que avalia competências dos alunos de 4.º ano. A partir de segunda-feira há novos testes em 220 escolas

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Um ambiente escolar disciplinado e seguro e um corpo docente motivado e qualificado associados a melhores resultados sergio azenha

Nota prévia: com estes testes ninguém chumba. O objectivo é outro. É avaliar a compreensão da leitura dos alunos do 4.º ano de escolaridade em diferentes países. E procurar perceber o que influencia a forma como se aprende a ler. A partir de segunda-feira, e até 18 de Março, milhares de crianças portuguesas vão ser alvo de uma avaliação no âmbito do estudo internacional PIRLS (Progress in International Reading Literacy Study), que é feito de cinco em cinco anos e vai envolver, este ano, 60 países e regiões.

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Nota prévia: com estes testes ninguém chumba. O objectivo é outro. É avaliar a compreensão da leitura dos alunos do 4.º ano de escolaridade em diferentes países. E procurar perceber o que influencia a forma como se aprende a ler. A partir de segunda-feira, e até 18 de Março, milhares de crianças portuguesas vão ser alvo de uma avaliação no âmbito do estudo internacional PIRLS (Progress in International Reading Literacy Study), que é feito de cinco em cinco anos e vai envolver, este ano, 60 países e regiões.

Portugal participa pela segunda vez. E pela primeira realiza-se também o ePIRLS, um outro estudo que “vai avaliar a literacia de leitura em formato digital”, segundo fez saber nesta sexta-feira o Instituto de Avaliação Educativa (Iave).

Prevê-se que cerca de 5300 alunos em 220 escolas venham a ser testados. Ao ler um texto, como interpretam e integram ideias e informação, como analisam de forma crítica o conteúdo, são algumas das competências a avaliar.

“A prova PIRLS é constituída por um conjunto de cadernos, com itens que envolvem diferentes finalidades e processos de compreensão da leitura. Cada aluno responde a um caderno de prova”, acrescenta o Iave. Já “o teste ePIRLS realiza-se em ambiente web com o objectivo de avaliar se as crianças desta faixa etária conseguem ler e utilizar a informação que lêem online. Os resultados vão permitir aferir se estes alunos têm capacidade e competências para utilizar as novas tecnologias de informação (por exemplo, e-books) em processos de ensino e aprendizagem.”

Ambos os estudos são desenvolvidos pela International Association for the Evaluation of Educational Achievement, que nasceu em 1958 e integra instituições particulares e agências governamentais dedicadas à melhoria da educação. Missão: fazer investigação na área da pedagogia, a nível internacional.

Na última leva de avaliações PIRLS, em 2011, Portugal, que participava então pela primeira vez, obteve 541 pontos, numa escala que ia até 1000. Ou seja, ficou entre os 19 países com melhor desempenho em leitura no 4.º ano, num grupo de 33 que participaram.

A pontuação máxima foi de 571 pontos (obtida por Hong Kong). Seguiram-se a Federação Russa, a Finlândia e Singapura (todos com 567 ou mais pontos). Marrocos teve a pior pontuação (310).

O PIRLS avalia duas finalidades abrangentes da leitura: uma que designou por literária (ler como experiência literária) e a outra informativa (ler para adquirir e utilizar informação). “Os alunos portugueses do 4.º ano tiveram desempenho acima da média global nacional (541 pontos) quando a finalidade de leitura era informativa (544) e abaixo dessa média quando a finalidade era literária (538), sendo estas diferenças estatisticamente significativas”, lê-se no relatório então publicado com os resultados dos testes.

Os investigadores concluíram ainda que há um efeito positivo de “algumas variáveis de contexto” no desempenho dos alunos, caso do “contacto precoce na infância com experiências facilitadoras da aprendizagem da leitura quer em casa quer na educação pré-escolar; os recursos de aprendizagem disponíveis em casa; a habilitação académica e a ocupação dos pais; a assiduidade dos alunos; a valorização do sucesso académico; a atitude dos alunos relativamente à aprendizagem; um ambiente escolar disciplinado e seguro e um corpo docente motivado e qualificado”.