Lisboa quer rede contra desperdício alimentar em toda a cidade até final do ano
A câmara assinou, com 16 das 24 juntas da cidade, protocolos para a criação de núcleos locais de combate ao desperdício alimentar.
O município de Lisboa quer ter até ao final do ano uma rede completa contra o desperdício alimentar, contando com as freguesias, associações e voluntários, de forma a facilitar o contacto entre quem contribui e quem precisa de ajuda.
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O município de Lisboa quer ter até ao final do ano uma rede completa contra o desperdício alimentar, contando com as freguesias, associações e voluntários, de forma a facilitar o contacto entre quem contribui e quem precisa de ajuda.
“Faremos um esforço para que, até ao final de 2016, esta nossa rede alimentar esteja devidamente implementada na cidade de Lisboa”, assegurou esta quinta-feira o comissário municipal responsável por esta questão, João Gonçalves Pereira.
Segundo o vereador centrista, caso a meta seja atingida, Lisboa será “o primeiro município no mundo a ter uma rede alimentar que cubra toda a cidade”. “Isto constitui um enorme desafio que não é um desafio só da Câmara”, mas também “das Juntas e das instituições e dos seus voluntários”, sublinhou.
O autarca falava aos jornalistas no final da assinatura de protocolos de cooperação entre o município e as juntas de freguesia da cidade para a criação de núcleos locais de combate ao desperdício alimentar, nos Paços do Concelho.
“Estamos no bom caminho, cada vez temos mais gente, cada vez temos mais voluntários e cada vez temos mais pessoas sensibilizadas para esta problemática social”, frisou João Gonçalves Pereira, assinalando que “não há muitos projectos que, seja politicamente, seja do ponto de vista da sociedade civil, consigam agregar tantas boas vontades”.
O representante admitiu que “há uma outra instituição na cidade de Lisboa que ainda não está dentro deste chapéu”, pelo que o comissariado -- composto pela Câmara, Juntas, instituições e partidos políticos, entre outros -- vai tentar que “entrem todos”.
Apontando as “muito boas vontades da parte da restauração, da hotelaria e de algumas marcas específicas”, Gonçalves Pereira ressalvou que “há um trabalho longuíssimo a fazer” na área da distribuição, já que algumas cadeias ainda não participam.
Há um ano, a Câmara aprovou, por unanimidade, a criação de um Plano Municipal de Combate ao Desperdício Alimentar de Lisboa.
Na altura, foram definidas metas como o alargamento da rede a toda a cidade, a optimização da recolha do desperdício, a criação de uma rede de voluntariado, a sensibilização de diferentes stake holders e o apoio às organizações no cumprimento dos requisitos para recolha e distribuição de bens.
De acordo com o vereador dos Direitos Sociais, João Afonso, falta agora “fomentar um conjunto de dinâmicas e de práticas” que permaneçam mesmo quando este comissariado for extinto, o que deverá acontecer “o mais depressa possível”. O autarca explicou que os protocolos assinados visam reforçar as “formas de organização a nível local” das entidades que trabalham conta o desperdício alimentar.
“Em cada junta de freguesia, estão a surgir formas diferentes”, disse João Afonso, exemplificando que nalgumas zonas estas autarquias se associam a “organizações que estão no terreno” e noutras “são as próprias Juntas que surgem como organizadoras e congregadoras das várias organizações no âmbito da recolha”.
O vereador adiantou que, apesar das diferenças, o objectivo é “ligar quem tem os bens, sejam alimentos confeccionados, por confeccionar e outros bens materiais, pessoas que vão buscar, preparam e distribuem e quem necessita”.
Na cerimónia desta quinta-feira estiveram presentes representantes de 16 das 24 juntas de freguesia de Lisboa.