Mais de 40 mortos, 20 deles crianças, em naufrágios de imigrantes no mar Egeu

Três embarcações de madeira não conseguiram fazer a travessia da Turquia para a Grécia.

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Imagem de arquivo de refugiados a serem resgatados ao largo da costa grega REUTERS/Giorgos Moutafis

A madrugada desta sexta-feira voltou a ser trágica no mar Egeu, onde se registaram três naufrágios de barcos com imigrantes e refugiados a bordo. Foram retirados do mar 44 mortos, entre os quais 20 crianças, diz a AFP, citando a polícia portugária da ilha grega de Kalolimnos.

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A madrugada desta sexta-feira voltou a ser trágica no mar Egeu, onde se registaram três naufrágios de barcos com imigrantes e refugiados a bordo. Foram retirados do mar 44 mortos, entre os quais 20 crianças, diz a AFP, citando a polícia portugária da ilha grega de Kalolimnos.

Estes naufrágios ocorreram perto desta pequena ilha no Sul do Mar Egeu, próxima da Turquia, onde decorria de manhã uma operação de resgate. “Eles estavam num barco de madeira. Não sabemos ao certo quantas pessoas seguiam a bordo”, disse um responsável das operações de socorro à Reuters. Aqui, foram salvas 26 pessoas, e continuavam as buscas por mais corpos - a embarcação estava muito cheia, relataram os sobreviventes, citados pela AFP.

Um outro naufrágio aconteceu em Farmakonisi, outra pequena ilha perto da costa turca, quando mais um barco de madeira embateu nas rochas. “Seis crianças e uma mulher afogaram-se, enquanto 41 pessoas conseguiram nadar até à costa”, disse à Reuters um responsável da guarda costeira grega.

Apesar do Inverno, milhares de imigrantes e refugiados continuam a tentar chegar à Europa, fugindo de conflitos e guerras, nomeadamente na Síria.

Nesta sexta-feira, a Organização Internacional das Migrações divulgou um novo balanço das mortes de refugiados no Mediterrâneo, no qual lamenta um novo recorde, em Janeiro de 2016, ao olhar para o mesmo mês em 2015 e 2014: este ano registaram já 119 mortes, quando no ano passado tinham sido 82. Em 2014 foram 12.

Desde o início de 2016, já chegaram 36 mil pessoas às ilhas gregas em busca de asilo na Europa.

A União Europeia prometeu, no fim de Novembro de 2015, três mil milhões de euros à Turquia se Ancara controlasse melhor as suas fronteiras e travasse esta maré humana que chega às portas da Europa. Mas não só os governos europeus continuam sem reunir o montante para este financiamento - pensado para ajudar a Turquia a manter em melhores condições os dois milhões de refugiados da guerra na Síria que recebeu no seu território - como os turcos são acusados de não estarem a cumprir o prometido. No início de Janeiro, Bruxelas disse "estar longe de se sentir satisfeita" com a cooperação de Ancara.

Esta questão será debatida esta sexta-feira entre a chanceler alemã, Angela Merkel - que está cada vez com maiores dificuldades para gerir politicamente os 1,1 milhões de refugiados que o seu país acolheu no ano passado -, e o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, que vai a Berlim.