Joe Biden acusa Turquia de limitar liberdade de expressão
Vice-presidente dos EUA vai encontrar-se no sábado com Erdogan e com o primeiro-ministro Ahmet Davutoglu, mas esta sexta-feira foi muito duro com a postura das autoridades turcas.
O vice-presidente dos EUA começou uma curta visita de dois dias à Turquia com um puxão de orelhas ao Governo de Ahmet Davutoglu, dizendo que o país "não está a dar o exemplo que devia dar" à região, ao "intimidar" jornalistas e ao "cercear" a liberdade na Internet.
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O vice-presidente dos EUA começou uma curta visita de dois dias à Turquia com um puxão de orelhas ao Governo de Ahmet Davutoglu, dizendo que o país "não está a dar o exemplo que devia dar" à região, ao "intimidar" jornalistas e ao "cercear" a liberdade na Internet.
"Quanto mais bem-sucedida for a Turquia, mais forte será a mensagem enviada a todo o Médio Oriente e a áreas do mundo que só agora começam a lidar com a noção de liberdade", disse Joe Biden, perante personalidades da sociedade civil da Turquia e deputados.
O vice-presidente dos EUA chegou à Turquia na noite de quinta-feira, para uma visita que se estende até sábado, depois de ter participado no Fórum Económico Mundial, em Davos, na Suíça.
Para sábado estão marcadas conversas com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e com o primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu.
Esta sexta-feira, Joe Biden reuniu-se com representantes de organizações não-governamentais, académicos e deputados de três dos quatro partidos com representação parlamentar – o Partido da Justiça e Desenvolvimento (islamista e conservador, no poder), o Partido Democrático do Povo (esquerda e pró-curdo) e o Partido Popular Republicano (centro-esquerda). O Partido Movimento Nacionalista, da extrema-direita, recusou-se a estar presente.
Apesar de reafirmar o apoio ao Governo turco na luta contra os ataques do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, o vice-presidente dos EUA condenou medidas como a imposição do recolher obrigatório no Sudeste do país, onde os episódios de violência são mais acentuados.
"Quando os jornalistas são intimidados ou detidos por fazerem um trabalho crítico, quando a liberdade na Internet é cerceada e as redes sociais como o YouTube ou o Twitter são encerradas, e mais de mil académicos são acusados de traição apenas por terem assinado uma petição, não se está a dar o exemplo que se deveria dar", afirmou o vice-presidente dos EUA.
Num dia em que também visitou a mulher e o filho do director do jornal Cumhuriyet, Can Dundar, que foi detido em Novembro do ano passado, Joe Biden insistiu no puxão de orelhas: "Quando não temos capacidade para expressar a nossa opinião, para criticar as políticas, para propor ideias opostas sem medo de sermos intimidados ou punidos, estamos a tirar uma oportunidade ao nosso país."