Anunciado Nono Planeta para lá de Plutão
Equipa que identificou o planeta com modelos teóricos espera agora que ele seja observado com telescópios.
Chamaram-lhe informalmente Nono Planeta e anunciaram esta quarta-feira a sua possível existência no nosso sistema solar, muito para lá de Plutão (que em 2006 foi despromovido do estatuto de planeta e passou a planeta-anão). O Nono Planeta, segundo a equipa de astrónomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia (nos EUA) que fez o anúncio, tem dez vezes a massa da Terra e está tão longe do Sol que demora 10.000 a 20.000 anos a completar uma órbita à nossa estrela.
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Chamaram-lhe informalmente Nono Planeta e anunciaram esta quarta-feira a sua possível existência no nosso sistema solar, muito para lá de Plutão (que em 2006 foi despromovido do estatuto de planeta e passou a planeta-anão). O Nono Planeta, segundo a equipa de astrónomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia (nos EUA) que fez o anúncio, tem dez vezes a massa da Terra e está tão longe do Sol que demora 10.000 a 20.000 anos a completar uma órbita à nossa estrela.
Por agora, a descoberta deste planeta é teórica, obtida graças a modelos matemáticos e muitas simulações de computador, explica um comunicado de imprensa do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Falta agora comprovar a sua existência em observações directas com telescópios, o que dependerá muito se o planeta estiver mais perto ou mais longe do Sol na sua longa órbita à volta dele.
O astrónomo Mike Brown estuda objectos gelados que se encontram para lá de Neptuno, numa região chamada Cintura de Kuiper. O primeiro desses mundos gelados só foi descoberto em 1992 e levou à despromoção de Plutão, que agora é considerado o primeiro desses objectos. No caso da investigação que culminou com o anúncio do possível Nono Planeta, Mike Brown começou a trabalhar nela há um ano e meio com Konstantin Batygin, depois de outra equipa ter anunciado que em 13 dos objectos de Kuiper mais distantes de nós se observavam certas semelhanças invulgares nas suas órbitas e atribuíram-nas à presença (e influência gravitacional) de um pequeno planeta nessa zona.
Inicialmente, Mike Brown até pensava que não havia ali nenhum planeta, refere o comunicado, mas ele e Konstantin Batygin deitaram mãos ao trabalho e fizeram muitas simulações que pudessem explicar as características invulgares das órbitas dos 13 objectos de Kuiper. Até que se aperceberam de que se as simulações “incluíssem” um planeta com bastante massa numa determinada órbita, os objectos de Kuiper passavam a ter o alinhamento que de facto se observa.
“Este deverá ser um nono planeta real. É um pedaço substancial do nosso sistema solar que está por aí à espera de ser descoberto, o que é muito entusiasmante”, considera Mike Brown. “Pela primeira vez em 150 anos, há provas sólidas de que o censo planetário do sistema solar está incompleto”, acrescenta Konstantin Batygin.
Provas mais definitivas poderão surgir se o Nono Planeta for localizado pelos telescópios, e foi para isso que a equipa decidiu publicar já a sua descoberta teórica na revista Astronomical Journal. “Adorava encontrá-lo”, diz Mike Brown. “Mas ficaria muito feliz se outra pessoa o encontrar. É por isso que estamos a publicar o artigo, para que outros fiquem inspirados e comecem a procurá-lo.”