Se Maria de Belém não ganhar agora, “ganha para a próxima"
Ao oitavo dia, Almeida Santos participou na campanha. Elogiou a candidata e afirmou que ela “revolucionou as candidaturas das mulheres portuguesas à Presidência da República”.
“A política ainda não tomou consciência do que deve à mulher portuguesa.” A frase foi disparada neste domingo por Almeida Santos numa acção de campanha na Figueira da Foz, onde esteve para dar o apoio à mulher que lhe seguiu na presidência do partido. Mas essa não foi a frase que marcaria a sua intervenção. Essa seria dito um pouco mais à frente e gelou a sala. “Se Maria de Belém sair derrotada das eleições presidenciais de 24 de Janeiro, da próxima vez ganha ela”.
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“A política ainda não tomou consciência do que deve à mulher portuguesa.” A frase foi disparada neste domingo por Almeida Santos numa acção de campanha na Figueira da Foz, onde esteve para dar o apoio à mulher que lhe seguiu na presidência do partido. Mas essa não foi a frase que marcaria a sua intervenção. Essa seria dito um pouco mais à frente e gelou a sala. “Se Maria de Belém sair derrotada das eleições presidenciais de 24 de Janeiro, da próxima vez ganha ela”.
A meio da campanha das presidenciais, o antigo presidente do PS entra na campanha para elogiar a candidata do seu partido, embora não tenha a certeza que a vitória lhe bata à porta no próximo domingo, isto é, passar à segunda volta “Não será a última vez que me ouvireis. A próxima vez que a Maria de Belém se candidatar eu cá estarei com ela, porque nessa altura já vai ser muito difícil derrotá-la, lembrem-se — apelou — do que eu vou digo hoje: se não ganhar desta vez, não sei se ganha ou não, da próxima ganha ela”, declarou Almeida Santos.
Declarando que sente uma “identificação completa” com a candidatura da ex-presidente do PS, o antigo presidente da Assembleia da República acrescenta que “Maria de Belém revolucionou as candidaturas das mulheres portuguesas à Presidência da República” e que “a partir de agora o número de candidatas femininas à Presidência da República será pelo menos tão grande quando os candidatos masculinos”. A sala respondeu com um grande aplauso.
Maria de Belém, que tinha na sala a apoiá-la os presidentes das câmaras de Coimbra, Condeixa e Vila Nova de Poiares, o deputado Pedro Coimbra e muita gente anónima, fez mira às elites. Citou o filósofo Agostinho da Silva para dizer que “o problema em Portugal são as elites, porque as elites desistiram de ouvir o povo”. “Comigo não é assim e não é assim agora. Eu sempre estive próxima das pessoas, sempre tive tempo para escutar as pessoas”, Referiu que “os problemas do país não se conhecem apenas do alto das torres de marfim” e proclamou: “Temos de lutar para dar cada vez mais e melhores condições de vida às pessoas, mas para isso é preciso conhecer os seus problemas.” Insistindo no tema, advertiu que “os problemas de Portugal na sua diversidade não se conhecem apenas numa campanha eleitoral fugaz; os problemas dos portugueses conhecem-se quando nós os ouvimos, nós os escutamos”, sublinhou, numa indirecta aos seus adversários mais directos na corrida presidencial.
Por duas vezes, Maria de Belém apelou aos militantes para que lutem pelos valores e princípios do PS, porque — como sublinhou — “não nos envergonham”. Mais à frente, voltaria a apelar à mobilização, mas desta vez contra a abstenção que “enfraquece a democracia e enfraquece a legitimidade”.
O dia da candidata começou com uma visita à feira da Tocha, no concelho de Cantanhede, onde foi recebida com entusiasmo e alegria. Falou com muita gente, ouvi confidências e não se cansou de dar beijos a quem lhos pedia. À noite, num jantar com apoiantes nos Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, o combate político ficou a cargo de Rui Solheiro, considerado um ex-dinossauro do PS.