Marisa não escolhe "o país dos donos de Portugal" e jura defender o Ambiente

Candidata presidencial em campanha em Coimbra.

Foto
Marisa Matias insiste na convergência à esquerda Enric Vives-Rubio

A candidata presidencial apoiada pelo BE, Marisa Matias, garantiu nesta quinta-feira que não escolhe "o país dos donos de Portugal", jurando fazer de Belém "um ponto de apoio ao combate por um país ambientalmente sadio, justo e solidário".

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A candidata presidencial apoiada pelo BE, Marisa Matias, garantiu nesta quinta-feira que não escolhe "o país dos donos de Portugal", jurando fazer de Belém "um ponto de apoio ao combate por um país ambientalmente sadio, justo e solidário".

Num comício em Coimbra, Marisa Matias reiterou que "a Constituição é o programa para a nossa democracia", garantindo que escolhe "o país dos mais pobres, das vidas precárias, daqueles e daquelas a quem a austeridade roubou dignidade e direitos".

"Não escolho o país dos donos de Portugal, que têm tido sempre, mas sempre, candidatos de serviço para permanecerem donos disto tudo", assegurou.

A candidata apoiada pelo BE escolheu a sua terra para trazer as questões do Ambiente para o centro dos temas da campanha presidencial e, como Presidente da República jurou "cumprir e fazer cumprir" o artigo 66.º da Constituição relativo ao Ambiente, para que Belém seja "um ponto de apoio ao combate por um país ambientalmente sadio, justo e solidário".

Num discurso muito crítico à actuação de Cavaco Silva também neste sector, Marisa Matias disse ter "vergonha” de o país ter tido “um Presidente da República que nunca se deslocou a uma cimeira de alterações climáticas para negociar fosse o que fosse".

"Nunca pôs um pé em Paris, como nunca pôs um pé em Copenhaga. Nunca quis decidir, nunca quis negociar, porque acha que essas coisas são lá fora, que não acontecem na vida das pessoas. Precisamos de quem nos represente em todas as instâncias, em todos os momentos, que fale por nós", criticou.

A candidata presidencial, que desde cedo se bateu por temas ambientais, sabe que "é sempre a gente mais pobre que sofre mais com os impactos negativos e as ameaças que são feitas ao Ambiente".

"Há muito mais a falar nesta campanha. Há muito mais. Agora que nunca digam que não há política nas presidenciais. Só há política e a questão ambiental é também uma das políticas", justificou, assegurando que se apresenta "a eleições com escolhas claras".

Marisa Matias foi peremptória ao afirmar que quem a conhece sabe que será "absolutamente intransigente na defesa de um estado democrático, social de direito, ambientalmente justo".

"Não escolherei um dia para abrir o Palácio de Belém ao povo, mas faço questão de que todas as pessoas, de todas as condições sociais, de todas as trajectórias sintam todos os dias em mim uma Presidente amiga, cúmplice das suas lutas, das suas esperanças", prometeu, adiantando que será "uma Presidente com todas e com todos os portugueses".