UTAO estima dívida pública de 129,5% PIB até Novembro, acima da previsão anual
Valor calculado pela UTAO está acima da previsão incluída no programa de Governo.
A UTAO estima que a dívida pública tenha atingido os 129,5% do PIB no final de Novembro, abaixo do registado no final do terceiro trimestre, mas acima da previsão oficial para o conjunto do ano.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A UTAO estima que a dívida pública tenha atingido os 129,5% do PIB no final de Novembro, abaixo do registado no final do terceiro trimestre, mas acima da previsão oficial para o conjunto do ano.
Na sua nota mensal da dívida pública, a que a Lusa teve hoje acesso, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima que, no final de Novembro, a dívida pública "se tenha situado entre 129,3% e 129,8% do PIB [Produto Interno Bruto]", ficando o valor central da previsão nos 129,5% do PIB.
Salvaguardando que "esta estimativa está dependente da hipótese assumida quer para a taxa de crescimento do PIB real, quer para o deflator do mês de Outubro e Novembro", os técnicos independentes que apoiam o Parlamento afirmam que, a confirmar-se esta previsão, "regista-se um decréscimo face ao valor da dívida pública no final do terceiro trimestre (130,5% do PIB) e um aumento face à estimativa produzida pela UTAO relativa ao mês de Outubro (128,7% do PIB)".
Além disso, a previsão agora avançada pela UTAO, de 129,5% do PIB no final de Novembro, significa também que "a dívida pública terá excedido a previsão oficial para o final do ano", que, de acordo com a segunda notificação dos Procedimentos dos Défices Excessivos, enviada para Bruxelas em Setembro de 2015, era de 125,2% do PIB.
O valor calculado pela UTAO para a dívida pública até Novembro está também acima da previsão que o Governo liderado por António Costa incluiu no seu programa governamental: neste documento, o executivo antecipou uma dívida de 128,2% no final de 2015, uma projecção que não inclui o impacto da intervenção do Estado em resultado da resolução do Banif.
Já quanto à dívida líquida dos depósitos da administração central, os economistas da UTAO antecipam que esta tenha sido de 119,2% do PIB no final de Novembro.