Nunes da Silva critica política de mobilidade da Câmara de Lisboa
O ex-vereador de António Costa suspendeu o cargo de deputado municipal.
A reunião da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) desta terça-feira ficou marcada pela despedida de Fernando Nunes da Silva, que decidiu suspender o seu mandato de deputado por discordar da “estratégia política” da câmara na área da mobilidade. Para o ex-vereador de António Costa, obrigar quem circula na Segunda Circular às 23h a andar a 60 quilómetros/hora é “um disparate completo”.
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A reunião da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) desta terça-feira ficou marcada pela despedida de Fernando Nunes da Silva, que decidiu suspender o seu mandato de deputado por discordar da “estratégia política” da câmara na área da mobilidade. Para o ex-vereador de António Costa, obrigar quem circula na Segunda Circular às 23h a andar a 60 quilómetros/hora é “um disparate completo”.
Naquela que frisou ser a sua “última intervenção” na AML, Nunes da Silva recuou no tempo para lembrar algumas das obras que a Câmara de Lisboa tinha previsto fazer quando o pelouro da Mobilidade estava nas suas mãos. Entre elas, notou o eleito na lista do PS, estava um conjunto de intervenções para “completar” a rede viária da cidade e para melhorar alguns dos seus nós, com um custo estimado de 40 milhões de euros.
Lamentando que essas obras não se tenham concretizado com o argumento de que “não havia dinheiro”, o deputado dos Cidadãos Por Lisboa disse não perceber “as alterações de prioridades que foram feitas” desde então. O abandono do projecto das Zonas 30 e o facto de não se terem construído os parques de estacionamento para residentes que estavam previstos foram também criticados por Nunes da Silva.
Embora tenha frisado que a sua decisão de abandonar a AML foi comunicada em Novembro de 2015, não estando portanto relacionada com o projecto da câmara para a Segunda Circular, o professor catedrático do Instituto Superior Técnico não deixou de lamentar que ainda não se tenham instalado nesta via os radares de controlo de velocidade prometidos há vários anos. Quanto à redução proposta do limite de velocidade, de 80 para 60 quilómetros/hora, Nunes da Silva defendeu que consoante as horas do dia e o congestionamento da via os automobilistas deveriam poder circular a velocidades diferentes.
Quem também usou o palco da assembleia para criticar a proposta do executivo presidido por Fernando Medina foi Carlos Barbosa, o presidente do Automóvel Club de Portugal que esta terça-feira fez uma das suas raras intervenções enquanto deputado municipal. “Porque não gastamos dinheiro em coisas mais prioritárias?”, perguntou o eleito do PSD, considerando que o projecto para a Segunda Circular “vai embelezar a zona mas não vai resolver os problemas de mobilidade”.