A entrevista em que Bowie antecipou o impacto da Internet

Em 2000, numa entrevista à BBC, previu o impacto que a Internet iria ter na indústria da música e na sociedade em geral. Vale a pena ver.

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Era um curioso. Cada obra sua abria portas para outros universos, numa constelação onde cabia música, arte, filmes, literatura ou tecnologia, sendo através dele que muitos chegaram a grupos como os Velvet Underground, Kraftwerk ou Neu!, mas também a escritores como William S. Burroughs, a artistas como Duchamp ou à… Internet.

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Era um curioso. Cada obra sua abria portas para outros universos, numa constelação onde cabia música, arte, filmes, literatura ou tecnologia, sendo através dele que muitos chegaram a grupos como os Velvet Underground, Kraftwerk ou Neu!, mas também a escritores como William S. Burroughs, a artistas como Duchamp ou à… Internet.

É isso. David Bowie foi um dos primeiros músicos a perceber na perfeição o impacto que a Internet iria ter na indústria da música, nos consumos culturais, na relação entre artista e público, nos meios de comunicação em geral e na sociedade. Famosa ficou uma entrevista à BBC britânica, em 2000, em que falou do impacto da Internet na música e na sociedade perante um pouco convencido Jeremy Paxman.

Entre 1997 e 1998 já havia trabalhado com pioneiros da internet como Robert Goodale e Ron Roy, no sentido de explorar as novas possibilidades na distribuição da música e na comunicação com os fãs, daí resultando o seu dominio oficial na internet, que providenciava fotos, vídeos, entrevistas ou faixas exclusivas.

Ao contrário do que sucedeu com a maior parte dos músicos, e com a indústria da música em geral, que reagiu tardiamente à revolução irreversível que a Internet constituía, ele percebeu-a desde o início. Entendeu que o que aí vinha possuía contornos novos e assustadores, mas também aspectos francamente excitantes. E foi mais longe: compreendendo que independentemente do que cada um sentia ou achava sobre a Internet, isso não iria interessar grandemente. Era o que ia acontecer e ponto final. Como quase sempre, tinha toda a razão.