Ministro alemão aponta o dedo a “pessoas da África do Norte e do mundo árabe”

Responsável pela pasta do Interior no estado da Renânia do Norte-Vestefália diz que os ataques da noite de Ano Novo foram protagonizados “quase exclusivamente” por cidadãos estrangeiros.

Foto
O Governo alemão alerta contra as generalizações Markus Boehm/AFP

Os actos de violência durante a passagem de ano em Colónia, na Alemanha, foram protagonizados quase exclusivamente por cidadãos estrangeiros, entre os quais estão requerentes de asilo que chegaram ao país nos últimos meses, disse esta segunda-feira o ministro do Interior do estado da Renânia do Norte-Vestefália.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os actos de violência durante a passagem de ano em Colónia, na Alemanha, foram protagonizados quase exclusivamente por cidadãos estrangeiros, entre os quais estão requerentes de asilo que chegaram ao país nos últimos meses, disse esta segunda-feira o ministro do Interior do estado da Renânia do Norte-Vestefália.

Com base nos relatos de testemunhas, no relatório da polícia de Colónia e nas descrições da polícia federal, tudo indica que os actos criminosos foram praticados quase exclusivamente por pessoas com um historial de migração, disse Ralf Jäger, ministro dos sociais-democratas do SPD, no âmbito de uma comissão especial sobre os actos de violência em Colónia.

Tudo indica que essas pessoas são da África do Norte e do mundo árabe. Com base no que sabemos da investigação, entre os suspeitos, há requerentes de asilo que chegaram no último ano.

Apesar destas indicações, o ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, salientou que as suspeições não devem ser estendidas a todos os refugiados e migrantes. O ministro, que integra o partido CDU da chanceler alemã, Angela Merkel, disse que os actos de violência em causa são completamente inaceitáveis e que é urgente aprovar leis mais duras para punir aquele tipo de criminalidade.

Os casos que provocaram mais discussão na Alemanha foram os ataques contra mulheres, incluindo vários tipos de assédio sexual e pelo menos uma queixa por violação. O número de queixas tem vindo a aumentar de dia para dia – ao todo, as autoridades de Colónia receberam mais de 600 queixas até esta segunda-feira.

A vaga de violência na noite de 31 de Dezembro de 2015 para 1 de Janeiro de 2016 originou um intenso debate na Alemanha, com muitas pessoas a criticarem a política de acolhimento de refugiados defendida pela chanceler Angela Merkel.

Os ataques da passagem de ano também já motivaram casos de violência contra cidadãos estrangeiros. No domingo, dois paquistaneses e um sírio foram espancados em Colónia, depois de vários gangues terem combinado através do Facebook uma caça aos estrangeiros, avança o jornal alemão Express.

Num dos casos, um grupo de 20 pessoas atacou seis paquistaneses numa rua de Colónia, ferindo dois deles. Num outro caso, que aconteceu também na noite de domingo, cinco pessoas atacaram e feriram um sírio.

Para a noite desta segunda-feira, está marcada uma manifestação em Leipzig do movimento radical Pegida – Europeus Patrióticos contra a Islamização do Ocidente.