Cheias nas zonas ribeirinhas e estragos no norte do país
O nível das águas do Douro baixou esta segunda-feira, altura em que o Mondego galgou as margens em Coimbra.
O distrito do Porto, um dos mais afectados pela chuva e o vento forte de domingo e que justificaram o alerta laranja em seis distritos, começou esta segunda-feira a recuperar de uma noite marcada pelas inundações, deslizamentos de terra e quedas de árvores. A Protecção Civil denota um abrandamento nas ocorrências a Norte, tal como no distrito de Coimbra, onde a situação também começou a normalizar-se.
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O distrito do Porto, um dos mais afectados pela chuva e o vento forte de domingo e que justificaram o alerta laranja em seis distritos, começou esta segunda-feira a recuperar de uma noite marcada pelas inundações, deslizamentos de terra e quedas de árvores. A Protecção Civil denota um abrandamento nas ocorrências a Norte, tal como no distrito de Coimbra, onde a situação também começou a normalizar-se.
Carlos Luís Tavares, Comandante Distrital de Operações de Socorro de Coimbra, afirmou que a situação de cheia em Coimbra "decorreu segundo aquilo que a Agência Portuguesa do Ambiente esperava", sendo que o débito na ponte do Açude, em Coimbra, era de 1.390 metros cúbicos por segundo às 19:30, "mas com tendência para descer". De momento, estão cortadas a estrada nacional 341, entre Formoselha e Granja do Ulmeiro (estação ferroviária de Alfarelos), a estrada nacional 347, entre Granja do Ulmeiro e Condeixa e a chamada Estrada do Campo está cortada a jusante do parque do Choupal.
Entre as 8h de sexta-feira e as 19h de hoje, o comando distrital registou 88 inundações, 55 quedas de árvores e 27 deslizamentos de terras e efectuou 40 limpezas de vias.
Os deslizamentos de terra do fim-de-semana provocaram descarrilamento de dois comboios a norte, o primeiro em Mangualde, na linha da Beira Alta, e um segundo já na madrugada desta segunda-feira na linha do Douro, em Baião. As duas linhas foram provisoriamente encerradas por motivos de segurança, mas não se registaram feridos. Várias estradas foram ainda cortadas ao longo do dia, como é o caso do IP3, na manhã de domingo na sequência do despiste de um veículo pesado, cujo condutor acabou por morrer.
Marco Martins, director adjunto de Operações da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) adiantou à Lusa que oito pessoas ficaram desalojadas em Baltar, no concelho de Paredes, e foram entretanto realojadas pela protecção civil local. Mais duas pessoas ficaram desalojadas em Braga, e foram acolhidas por familiares.
Apesar de as cheias terem afectado sobretudo as zonas ribeirinhas do Porto e Vila Nova de Gaia, o Comando Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) declarou à Lusa que não se registaram ocorrências graves. "As águas subiram até junto dos cafés na Ribeira, mas não houve nada. Os bombeiros não foram chamados a retirar águas, mesmo em Amarante, nem no Tâmega houve nada".
A Câmara Municipal do Porto autorizou esta tarde a recolocação de esplanadas nas margens do rio Douro, que já estarão fora de perigo de inundação. O nível das águas começou a reduzir no início desta manhã, e a melhoria das condições do tempo fez diminuir o número de ocorrências, tendo a ANP registado 69 situações em todo o país no período entre as 0h e as 7h.
A subida do nível das águas do Mondego provocou inundações na zona exterior do Exploratório do Centro de Ciência Viva de Coimbra, tendo deixado submersa a zona de módulos interactivos “Ciência no Parque”. Também a zona de acesso ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha e as esplanadas do Parque Verde, junto ao rio, ficaram submersas.
O Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Coimbra afirma que o pico de cheia aconteceu às 16h30, e, de acordo com a Lusa, a Câmara de Coimbra activou um plano de emergência,. Foram destacados 50 elementos dos Bombeiros Sapadores de Coimbra, Voluntários de Coimbra e de Brasfemes, bem como duas equipas de socorro da GNR e do Grupo de Intervenção e Protecção, “em estado de prontidão”.