Ana Escoval à frente do Centro Hospitalar Lisboa Central
Docente substitui anterior administradora, que se demitiu na sequência da morte de um doente a quem ruptura de aneurisma não terá sido atempadamente tratada.
A docente Ana Escoval será a nova presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Central, que integra o Hospital de São José. Como director clínico terá Sousa Guerreiro.
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A docente Ana Escoval será a nova presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Central, que integra o Hospital de São José. Como director clínico terá Sousa Guerreiro.
A notícia foi avançada pelo Observador e confirmada pela própria ao PÚBLICO. Ana Escoval era até aqui presidente da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, além de professora da Escola Nacional de Saúde Pública. Está entre os fundadores do Observatório Português dos Sistemas de Saúde e coordenou o grupo de trabalho Inovar em Saúde. Está ligada a um projecto de investigação sobre os potenciais de entreajuda da população idosa com incapacidades.
A sua nomeação surge após a demissão da anterior administração encabeçada por Teresa Sustelo, na sequência da morte de um homem de 29 anos no hospital de São José, devido à ruptura de um aneurisma que não terá sido tratada a tempo. Já o novo director clínico estava à frente da unidade de Medicina 4 no Hospital de Santa Marta, que também pertence ao Lisboa Central, e dá aulas na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que se recusa a fazer julgamentos políticos em torno desta morte. "Não me quero juntar àqueles que fazem deste um caso de perseguição política", declarou, numa entrevista à TVI, recordando ainda que para alguns especialistas a situação clínica destes doentes faz com que o seu transporte seja arriscado.
"Acredito que todos poderíamos ter feito mais. Se tivesse havido o apelo para uma equipa se deslocar ao São José, seja do sector público seja do privado", teria sido possível salvar o doente, admitiu ainda assim. O governante disse ainda que na Grande Lisboa foram cometidos erros históricos de projecção das necessidades que levaram a que o atendimento, em certas situações, se assemelhe a "medicina de guerra".