“Não sou um herói”, diz Gonçalves, o líder que parou para ajudar

Português da Honda chega ao dia de descanso na liderança das motos.

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O altruísmo de Paulo Gonçalves foi recompensado Frank Fife/Pool (Reuters)

O dia de descanso no Dakar chega com o sentimento de dever cumprido para Paulo Gonçalves. O português da Honda não só lidera a classificação nas motos, como protagonizou a boa acção do dia na sétima etapa do rali, ao parar para auxiliar Matthias Walkner (KTM), que sofrera uma queda e fracturou o fémur. “Fiz aquilo que me competia. O Dakar é uma aventura de muito risco, de muito sacrifício, damos tudo por tudo ao longo de vários dias, milhares de quilómetros, e o risco está sempre à espreita. Não sou um herói, sou um ser humano com respeito pelos outros. A nossa vida vale mais que qualquer vitória, sem ela não vencemos”, sublinhou Gonçalves, através da rede social Facebook.

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O dia de descanso no Dakar chega com o sentimento de dever cumprido para Paulo Gonçalves. O português da Honda não só lidera a classificação nas motos, como protagonizou a boa acção do dia na sétima etapa do rali, ao parar para auxiliar Matthias Walkner (KTM), que sofrera uma queda e fracturou o fémur. “Fiz aquilo que me competia. O Dakar é uma aventura de muito risco, de muito sacrifício, damos tudo por tudo ao longo de vários dias, milhares de quilómetros, e o risco está sempre à espreita. Não sou um herói, sou um ser humano com respeito pelos outros. A nossa vida vale mais que qualquer vitória, sem ela não vencemos”, sublinhou Gonçalves, através da rede social Facebook.

O acto do português foi reconhecido pela organização, que “descontou” os 10m53s de atraso que Gonçalves acumulou para assistir Walkner. O piloto da Honda ficou assim no terceiro lugar da etapa, beneficiando do mau desempenho de Toby Price (KTM) e Stefan Svitko (KTM) na etapa para ampliar a vantagem na classificação geral.

Foi também o dia em que o mau tempo voltou a intrometer-se, obrigando à antecipação do final da especial para as motos. “A segunda parte da especial, após a neutralização, foi bastante assustadora. Ao início choveu torrencialmente. Todo o terreno estava branco, parecia que estava a nevar, e era pedraço a cair. Foi assustador, mas felizmente isso durou poucos quilómetros e depois voltou tudo ao normal”, confessou Paulo Gonçalves ao site oficial do Dakar na Internet. “Acabei por chegar sem problemas. Estou contente com a minha primeira semana, foi bastante boa e regular. A segunda semana vai ser ainda mais difícil, por isso é importante recuperar durante o dia de descanso e iniciar a segunda semana do rali concentrado e com energia”, concluiu.

O estreante francês Antoine Méo (KTM) venceu a etapa com 1m53s de avanço sobre o argentino Kevin Benavides (Honda). Hélder Rodrigues (Yamaha) foi quinto a melhor classificação do piloto português desde o prólogo da presente edição do Dakar. “Estou contente, ganhei ritmo novamente. Nos primeiros dias foram difíceis, estive com gripe. Neste momento sinto-me bem e estou bastante mais rápido”, notou.

Nos carros, Carlos Sainz (Peugeot) venceu a etapa, à frente de Sébastien Loeb (Peugeot) e de Nasser Al-Attiyah (Mini). Stéphane Peterhansel (Peugeot) atrasou-se e perdeu a liderança da classificação geral, que voltou para as mãos de Loeb.

O dia ficou ainda marcado pela morte de um homem de 63 anos após ser atingido pelo carro do piloto francês Lionel Baud. “Um acidente ocorreu no quilómetro 82 da etapa, ainda em território boliviano, quando o competidor com o carro 409, Lionel Baud, colidiu com um homem de 63 anos que apareceu isolado no trajecto”, referia o comunicado da organização, acrescentado que as autoridades bolivianas “estão a investigar” o ocorrido.