Ciclo: uma plataforma no Porto que se dedica à formação e criação na área da fotografia

O laboratório de formação funcionará como um centro de estudos fora dos locais académicos tradicionais

Foto
Residência artística no Museu do Côa

Ciclo é uma nova plataforma de formação na área da fotografia. Localizada no Porto foi criada para desenvolver a formação, pesquisa e criação na área da fotografia em interacção com outras disciplinas artísticas, ambientais e sociais. O laboratório tem um programa de formação regular para os dez candidatos seleccionados com um período de 12 meses, que inclui seminários, oficinas, debates, residências artísticas e mentorias individuais e de colectivas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Ciclo é uma nova plataforma de formação na área da fotografia. Localizada no Porto foi criada para desenvolver a formação, pesquisa e criação na área da fotografia em interacção com outras disciplinas artísticas, ambientais e sociais. O laboratório tem um programa de formação regular para os dez candidatos seleccionados com um período de 12 meses, que inclui seminários, oficinas, debates, residências artísticas e mentorias individuais e de colectivas.

O objectivo é criar um espaço para a partilha, experimentação e investigação num contexto colaborativo e transversal para ajudar os participantes a desenvolver novas competências para os seus trabalhos pessoais e dar-lhes a oportunidade de os ver expostos.

Virgílio Ferreira, fotógrafo e fundador da plataforma Ciclo, explicou ao P3 que este projecto surgiu no seguimento de 25 anos de experiência como fotógrafo e formador de fotografia, e pela experiência adquirida com o envolvimento em algumas actividades que desenvolveu há dois anos em alguns pontos do país. Entre elas organização e orientação de algumas residências artísticas e "workshops" dedicados a fotógrafos e artistas que eventualmente sentissem necessidade em desenvolver a sua visão pessoal e criativa. Outro motivo referido por Virgílio foi a necessidade de "criar um formato profissionalizante para desenvolver estratégias de sustentabilidade para quem hoje tem uma prática artística com a fotografia e pensa: O que é que eu posso fazer com o meu trabalho? Como chego a estes meios? Qual é o meu público e os meus mercados?”.

Foto
Residência artística no Museu da Luz

Para dar resposta a estas questões decidiu criar esta plataforma para ajudar os participantes a desenvolverem estratégias de sustentabilidade dentro do panorama artístico actual. “Nesta formação interessa-nos que haja uma autonomia, uma maturidade e independência no uso da gramática visual. Contudo, qualquer pessoa de qualquer área pode participar e desenvolver as suas qualidades, ultrapassar as suas limitações e saber como orientar todo o seu trabalho dentro da área da fotografia a fim de conseguirem criar aquilo que idealizam”, explicou o fundador da Ciclo.

Da primeira parte do programa de formação que começa dia 20 de Fevereiro fazem parte alguns seminários, sessões de mentorias com figuras do panorama da fotografia, residências artísticas, oficinas e debates para confronto de ideias sobre as diferentes técnicas e pontos de vista utilizados pelos formandos nos seus trabalhos. A primeira parte de formação com duração de 12 meses vai servir para ajudar os participantes a reunir condições artísticas para conseguirem expor as suas obras em vários locais numa segunda fase da formação que irá começar em Março de 2017.

Virgílio salientou que "as residências artísticas têm um objectivo muito específico: partilhar experiências, trocar ideias, reflectir, questionar e aprender a desenvolver a prática artística. No fundo são um momento crucial de debate para a troca de ideias entre os participantes sobre o trabalho a desenvolver e ao mesmo tempo uma preparação para a segunda fase desta formação, as exposições.

Para os participantes esta experiência pode fazer todo o sentido para se obter respostas relativamente à produção de alguns trabalhos. "É uma experiência que os vai ajudar a encontrar respostas para os trabalhos que vão ser expostos em cinco sítios: no Centro Português de Fotografia (no Porto), no Laboratório de Actividades Criativas (em Lagos), no Museu da Luz (em Évora), num festival internacional de fotografia (na Polónia) e no Arte Institute (em Nova Iorque), explicou Virgilio Ferreira.”

Este programa dirige-se a todos aqueles que tenham gosto e interesse pela fotografia e pela sua narrativa. Estudantes, autodidactas e profissionais de fotografia e outras áreas poderão participar nesta formação e desenvolver novas competências ao seu trabalho pessoal.

No site da plataforma Ciclo pode ler-se que o processo de selecção dos participantes será feito a partir de uma pré-inscrição até ao dia 31 de Janeiro de 2016. Os candidatos devem fazer o envio de um portefólio que contenha 12 imagens em baixa resolução, juntamente com um registo biográfico. Após a selecção das candidaturas, os seleccionados terão de comparecer a uma entrevista a decorrer no espaço Ciclo na rua Conde de Vizela nº 12, 1º andar, no Porto.

A formação terá um custo de 3250 euros. O valor destina-se ao pagamento do ciclo completo de formação, que engloba os seminários, as mentorias de grupo, as oficinas, os debates e também o alojamento durante as duas sessões de residências artísticas que irão ter a duração de sete dias cada, mas também para a curadoria e divulgação da exposição que irá decorrer em 2017.