Vaga de violência contra mulheres em Colónia na noite de Ano Novo
Foram registados vários casos de assédio sexual, e pelo menos uma denúncia de violação. Ainda não há conclusões quanto à origem dos responsáveis.
A noite de passagem de ano em Colónia, no Oeste da Alemanha, ficou marcada por uma onda de violência depois de cerca de mil homens, muitos dos quais embriagados, organizados em vários grupos, terem levado a cabo uma série de ataques junto à estação de comboios da cidade, onde as mulheres foram alvo principal.
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A noite de passagem de ano em Colónia, no Oeste da Alemanha, ficou marcada por uma onda de violência depois de cerca de mil homens, muitos dos quais embriagados, organizados em vários grupos, terem levado a cabo uma série de ataques junto à estação de comboios da cidade, onde as mulheres foram alvo principal.
“Eles estavam a tentar abraçar-nos e beijar-nos. Um deles roubou a mala de uma amiga minha, outro tentou meter-nos no seu ‘táxi privado’”, revelou à BBC uma mulher inglesa de visita na cidade.
A maioria dos crimes que ocorreram na última noite do ano e que foram denunciados na polícia são assaltos, mas há vários registos de casos de assédio sexual, inclusive a uma agente da força policial, numa onda de ataques que se estima ter afectado cerca de 80 mulheres. Apesar de as circunstâncias exactas dos ataques não terem sido esclarecidas, e de muitas vítimas não terem denunciado os crimes, há pelo menos um caso de violação.
De acordo com a BBC, o chefe da polícia local, Wolfgang Albers, que classificou os ataques como “uma nova dimensão de crime”, os suspeitos aparentam ter origem árabe ou norte- africana. Apesar de um dos polícias presente no local ter adiantado ao jornal local Express que oito suspeitos foram detidos, e que “todos são emigrantes com pedido de asilo, portadores de cópias do pedido de residência”, não há confirmação oficial de que os autores dos ataques sejam refugiados.
A presidente da câmara da cidade, Henriette Reker, convocou para esta terça-feira uma reunião de emergência para definir a estratégia de acção das autoridades, que estariam concentradas nas zonas mais movimentadas da cidade, onde se comemorava a passagem do ano, na altura dos ataques. Os oficias não terão dado conta do que se passava nas imediações da estação de comboios, perto da catedral da cidade, uma das principais atracções de Colónia.
“A presidente não pode, nem vai aceitar que esta se torna uma zona sem lei”, afirmou esta terça-feira um porta-voz de Reker na declaração pública que se seguiu ao encontro.
Nos últimos meses, a violência naquela que é uma das maiores cidades da Alemanha tem-se intensificado, tendo a própria presidente Reker sido atingida à facada no pescoço em Outubro de 2015, dias antes de ser eleita. O autor do ataque admitiu às autoridades tê-lo feito por motivos xenófobos, depois de a candidata ter promovido na campanha o acolhimento de refugiados na cidade, apoiando a directiva da chanceler, Angela Merkel.
A radicalização de posições quanto aos refugiados que chegam à Alemanha, e que, segundo as estimativas do Governo, foram mais de um milhão em 2015, já fez a chanceler alemã abrandar na política de portas abertas. Depois das críticas dentro do próprio partido conservador, Merkel anunciou um esforço para “reduzir drasticamente” o número de refugiados que entram no país.
Texto editado por Joana Amado