Marcelo deixaria passar adopção por casais do mesmo sexo
Num debate na SIC-Notícias, Marisa Matias confrontou o candidato do centro-direita com posições assumidas enquanto comentador.
Marcelo Rebelo de Sousa estaria disposto a promulgar a lei da adopção por casais do mesmo sexo se fosse Presidente da República e desde que estivesse garantido o interesse da criança. A posição foi assumida durante o debate televisivo desta segunda-feira à noite, com Marisa Matias. A candidata presidencial apoiada pelo Bloco de Esquerda confrontou o ex-líder do PSD com as declarações que fez enquanto comentador.
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Marcelo Rebelo de Sousa estaria disposto a promulgar a lei da adopção por casais do mesmo sexo se fosse Presidente da República e desde que estivesse garantido o interesse da criança. A posição foi assumida durante o debate televisivo desta segunda-feira à noite, com Marisa Matias. A candidata presidencial apoiada pelo Bloco de Esquerda confrontou o ex-líder do PSD com as declarações que fez enquanto comentador.
O diploma da adopção por casais do mesmo sexo ainda será apreciado pelo actual Presidente da República, mas se o candidato do centro-direita já ocupasse o Palácio de Belém não vetaria a lei. “Desde que seja garantido o interesse da criança, não interessa que seja um ou dois adoptantes, um casal do mesmo sexo ou de sexos diferentes. Isso é irrelevante. Não li [o diploma], mas se tiver essa garantia não vejo razão para não promulgar”, afirmou esta segunda-feira à noite na SIC-Notícias.
Já na questão das taxas moderadoras cobradas na Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), Marcelo Rebelo de Sousa assume que também deixaria passar a eliminação da taxa decidida pela maioria parlamentar de esquerda, embora tenha uma posição pessoal diferente sobre o que é cobrado na área da saúde. “Não há como vetar”, disse, lembrando que o fim da aplicação das taxas moderadoras na IVG foi “sufragado” nas urnas e que “a maioria parlamentar decidiu”.
Foi neste ponto que Marisa Matias começou por confrontar o candidato do centro-direita com a sua posição do ‘não’ no primeiro referendo sobre a alteração à lei da IVG. E apontou a dualidade de opiniões: “Acho que é incompatível ter todas as posições.” Marcelo defendeu-se, dizendo que não defendia a penalização da mulher que praticasse o aborto e sustentou ser possível o Presidente ter uma posição institucional diferente da opinião pessoal.
A eurodeputada bloquista voltaria a apontar o dedo ao antigo comentador precisamente pelas posições que assumiu nessa qualidade sobre o caso BES e Banif. “Disse, por exemplo, na resolução do BES que a banca estava blindada, e que tinha total confiança no governador. Na forma como defendeu a segurança do banco, também acaba por haver lesados do doutor Marcelo Rebelo de Sousa”, disse.
De novo, o candidato do centro-direita teve de se colocar à defesa, escudando-se nas palavras do próprio governador do Banco de Portugal. “Vim a reconhecer que o governador não tinha a situação sob controlo”, disse, referindo que Carlos Costa poderia estar a pensar tomar uma iniciativa que depois se verificou não ser possível. Marcelo remeteu a questão para a comissão de inquérito.
Já sobre o Banif, o candidato colocou-se ao lado da solução do primeiro-ministro, António Costa, em torno do banco, ao mesmo tempo que deixou uma crítica ao anterior executivo PSD/CDS. “Houve o deixar apodrecer a situação. Por isso, eu digo que é bom a iniciativa da comissão parlamentar de inquérito para apurar o que se passou”, disse, sem deixar de salientar a divergência de posições entre o PS e a bloquista que assume o veto da solução traçada pelo Governo para o banco.
“Quem apoia o Governo é a senhora deputada”, disse, lembrando que o Parlamento viria a reconfirmar o Orçamento rectificativo aprovado. "O PSD acha o mesmo que a senhora deputada. Pois eu aqui compreendo a posição do primeiro-ministro", afirmou o ex-líder social-democrata.