RTP 2016: o que aí vem
Não vemos a RTP como um mero operador de rádio e televisão. Julgamos que o nosso papel é mais amplo.
Se no primeiro ano reorganizámos a casa, revitalizámos a produção interna, apostámos no digital, abrimos a informação e os espaços de debate a novos protagonistas, reformulámos a RTP3, a RTP Memória e a Antena 3; então em 2016 abordaremos de frente a RTP1, trabalharemos ainda outros canais e antenas de rádio e continuaremos a lançar iniciativas para afirmar cada vez mais a RTP como um espaço distinto da criatividade nacional e um agente ativo no panorama cultural.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Se no primeiro ano reorganizámos a casa, revitalizámos a produção interna, apostámos no digital, abrimos a informação e os espaços de debate a novos protagonistas, reformulámos a RTP3, a RTP Memória e a Antena 3; então em 2016 abordaremos de frente a RTP1, trabalharemos ainda outros canais e antenas de rádio e continuaremos a lançar iniciativas para afirmar cada vez mais a RTP como um espaço distinto da criatividade nacional e um agente ativo no panorama cultural.
Teremos séries, boas séries, linhas recorrentes de séries, produzidas em Portugal. Faremos como os operadores mais sofisticados do mundo, ou seja, vamos apostar sistematicamente neste formato que atravessa uma fase de ouro em tantos mercados, fidelizando públicos interessantes. A RTP tem de fazer o novo, tem de fazer o diferente e tem de fazer bem. A nossa programação deve acrescentar às práticas domésticas correntes, inovando e diversificando géneros. Tal significa que vamos produzir a ficção, os documentários, o humor que os outros não fazem, e que vamos abandonar as novelas em prime time que os outros fazem. E já agora, vamos tentar realizar ficção de nível global. E, mais cedo ou mais tarde, havemos de nos preparar para exportar produtos nacionais.
Vamos trabalhar lado a lado com os produtores independentes e com a indústria do cinema. Não vemos a RTP como um mero operador de rádio e televisão. Julgamos que o nosso papel é mais amplo. A RTP tem de ser um agente enérgico no setor audiovisual, tem de contribuir para o desenvolvimento do cinema português, tem de fazer encomendas regulares e viabilizar projetos, gerando oportunidades concretas aos guionistas, realizadores, produtores, atores nacionais. Continuaremos a prática iniciada de fazer consultas regulares e abertas, estaremos recetivos aos novos talentos e tentaremos ser um polo dinamizador da indústria de conteúdos. Assumimos - com gosto - esta responsabilidade.
Iremos melhorar significativamente a nossa oferta internacional. A RTP Internacional beneficiará dos novos programas produzidos pelos vários canais e, por outro lado, iniciaremos as transmissões da RTP 3 Internacional em vários continentes, levando conteúdos de atualidade e informativos aos segmentos mais jovens, urbanos e sofisticados das nossas comunidades da diáspora. Inicia-se já a transmissão da RTP Açores e Madeira para a América do Norte, um desejo antigo dessas comunidades, finalmente concretizado. Por outro lado, será reformulado todo o webdesign e arquitetura dos sites da RTP, tornando-os mais apetecíveis, mais depurados, mais fáceis de usar e reforçando as componentes de informação, altamente procuradas pelos portugueses que estão fora e que viajam com frequência, e que já representam mais de 35% dos acessos.
Faremos renascer as edições de livros RTP, retomando uma velha e bela tradição, voltando a editar clássicos numa coleção com sentido, cuidadosamente apresentada por curadores e gente de letras, com uma estética própria e a preços acessíveis. Na televisão, voltará a haver programas sobre livros. Também aqui fazemos uma interpretação alargada da missão da RTP e queremos contribuir para fomentar hábitos de leitura e promover a nossa língua.
Investiremos em tecnologia, reforçaremos a distribuição, equiparemos a RTP para estar na linha da frente da modernidade, atuando em vários eixos: iniciaremos um projeto de vanguarda para disponibilizar parte relevante dos arquivos históricos aos cidadãos através do online, avançaremos na transmissão dos canais RTP 3 e Memória na TDT de acordo com a solução setorial a definir pelas entidades competentes, renovaremos os estúdios de informação, exportaremos a nova imagem da RTP 3 para a RTP 1, reforçaremos a capacidade produtiva nos centros regionais dos Açores e Madeira e lançaremos projetos arrojados para o centro de produção do Norte.
Continuaremos a ser um porto de abrigo para o mundo das artes, do conhecimento e da ciência, na RTP 2, na Antena 2 e em outros canais e serviços, promovendo a criação, divulgando projetos de autor que sem a RTP estariam confinados a lógicas de nicho, estimulando os interesses dos cidadãos. Continuaremos a colaborar de perto com fundações, museus, institutos, câmaras municipais, curadores e agentes múltiplos no sentido de trazer boa programação cultural para o grande público.
Num momento em que se assiste a uma perturbadora fragilidade de vários jornais e até de grupos de comunicação, infelizmente colocando em causa uma série de títulos de referência, carreiras de tantos jornalistas com valor e a própria diversidade de opinião, todo o setor necessita de âncoras. Âncoras de estabilidade, que promovam o pluralismo, a qualidade, a isenção. Âncoras que deem espaço aos novos talentos, à inovação e à produção nacional. Âncoras com ligações muito fortes aos públicos em todo o território nacional e aos nossos emigrantes no mundo inteiro. Âncoras com a noção da importância da defesa da língua e da cultura portuguesa. É este o papel do serviço público.
Presidente do Conselho de Administração da RTP