Basta de preconceitos!

Somos obcecados por criar rótulos para tudo e todos mas, na verdade, as pessoas não são rotuláveis. Que esteja nos nossos desejos para 2016 uma vida sem preconceitos

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Pixabay

Este ano foi bom. Foi bom para quem não quer pensar na verdade dos Direitos Humanos.

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Este ano foi bom. Foi bom para quem não quer pensar na verdade dos Direitos Humanos.

Conseguimos vitórias enormes, é certo. Mas continuam a existir pessoas que vivem na rua, passam fome, são discriminadas – seja pela nacionalidade, (des)emprego, religião, sexo/género, orientação sexual, política, pobreza, habilitações literárias ou, simplesmente, porque não se encaixam em rótulos padronizados da sociedade.

A nossa sociedade tem uma necessidade enorme de criar rótulos. Porque supostamente é mais fácil encaixar a pessoa numa “categoria” e definir, a partir daí, o que é “normal”. Esta coisa do ser-se “normal” sempre me tirou do sério. Afinal o que é ser “normal”?

Para mim, normais são as máquinas, que funcionam de uma maneira estandardizada para as funções para as quais foram criadas e, quando isso não acontece, são anormais. No caso de pessoas, e tendo-se em consideração a diversidade maravilhosa, penso que é insano definir-se um conceito de normalidade – já que variará de olhos para olhos e vai apenas criar mais preconceitos. Temos metas, objectivos, características, gostos e opiniões diferentes e há que encarar essa verdade de frente, mas sem melodramas morais de quem está certo. O certo é apenas quando nenhuma das partes intervenientes está a ser ferida, seja de que forma for.

Assim, neste período de pseudo-reflexão, antes dos 12 desejos de "ano novo e vida nova", proponho que façamos com que um destes 12 seja vivermos uma vida livre, sem rótulos, sem impedirmos a liberdade dos outros e, também, sem impedirmos a nossa própria vida pelos preconceitos que subscrevemos sem que consigamos dar conta.

Todo o modo como vemos o mundo é cultural, resultado da assimilação de informações que nos chegam de gerações e gerações de pessoas que, como nós, estavam a descobrir o mundo – nem sempre de maneira correcta. Digamos: Basta! Basta de sermos obcecados pela tradição e por seguir cegamente os dogmas que nos chegam diariamente de todos os cantos. A tradição funciona se associada à inovação.

Quando amarmos, só por amar, só porque queremos, seremos verdadeiramente livres e a liberdade, na essência, é a base para que possamos pensar os restantes 11 desejos.

Sê feliz neste novo ano!