“Eu até tenho um amigo que é racista!”
O mundo vive a maior crise de refugiados desde a 2.ª Guerra. Como é que se sabe quem vem por bem? Confia-se no sistema, no trabalho dos profissionais, organizações públicas, privadas e sem fins lucrativos envolvidas. E numa coisa chamada "vida".
O mundo evoluiu, e a maioria dos portugueses, "aparentemente", já convive de forma harmoniosa com a multiculturalidade. Ora, assim que se abre uma página de uma rede social ou a secção de comentários de uma publicação de notícias online, surgem os "Donaldos Trampa" e as "Patas Arroja" de Portugal. Até há bem pouco tempo, dizia-se: “Eu até tenho um amigo que é preto”. Todavia, mudam-se os tempos, mudam-se as "vaidades". E a frase do ano de 2015 é:
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O mundo evoluiu, e a maioria dos portugueses, "aparentemente", já convive de forma harmoniosa com a multiculturalidade. Ora, assim que se abre uma página de uma rede social ou a secção de comentários de uma publicação de notícias online, surgem os "Donaldos Trampa" e as "Patas Arroja" de Portugal. Até há bem pouco tempo, dizia-se: “Eu até tenho um amigo que é preto”. Todavia, mudam-se os tempos, mudam-se as "vaidades". E a frase do ano de 2015 é:
“Eu até tenho um amigo que é racista.”
Se "sair do armário" era tabu no nosso país (e continua a ser), faz-se um pedido contrário: caras pessoas racistas, por favor, voltem para o armário! Portugal agradece. Nem o IKEA tem em "stock" armários suficientes para a quantidade de pessoas racistas e xenófobas que têm dado à costa nas redes sociais. Pergunta: desejarão esses amigos ou amigas receber uma caneca no Natal com a frase: “Melhor racista do ano”?
O tom é sarcástico, contudo, o assunto é triste, grave, e é da inteira responsabilidade de cada pessoa resolver as suas questões sociais e emocionais. Vivemos em sociedade. Coexistir não é uma opção, não quando se vive rodeado de pessoas e animais. Existir é um direito universal. Ser racista é ser racista. Ponto.
O mundo vive a maior crise de refugiados desde a 2.ª Guerra. Neste ano, que ainda não terminou, contabilizam-se 3671 mortes nas tentativas de travessia do Mediterrâneo, de acordo com o ACNUR – Alto Comissariado das Nações para Refugiados. Portugal não está no centro da crise dos refugiados. Vive "longe" deste cenário. Existem instituições como a PAR – Plataforma de Apoio aos Refugiados, que esclarece e informa sobre esta realidade da qual todos fazemos parte. E é legítimo ter dúvidas.
Também é relevante que desde 15 de Junho de 2005 António Guterres desempenhe o cargo de Alto-Comissário das Nações Unidas para Refugiados. Relevante por que razão? Porque é português e dirige uma das principais agências humanitárias do mundo. É um motivo de orgulho nacional. Portugal, com ou sem um português no papel de Alto-Comissário deve ser empático, superior e receber quem vier por bem, à procura de uma vida feliz e em paz.
Como é que se sabe quem vem por bem? Confia-se no sistema, no trabalho dos profissionais, organizações públicas, privadas e sem fins lucrativos envolvidas. E numa coisa chamada "vida". Que esta aconteça um dia de cada vez. Se vos der conforto, "amar o próximo como a ti mesmo e não julgarás o teu próximo". Não funcionando, não sabemos ajudar, pois não se entende que raio de amor-próprio é esse! Em caso de pânico, fica aqui a sugestão: nunca é tarde para "voltar para o armário". E no Natal, na hora dos doces, lembrem-se: enquanto os "sonhos" de uns se derretem na boca, os de outros desfazem-se… na cara, nas mãos e no corpo.
Aos "24": bem-vindos e bem-vindas. Os votos de uma vida normal.