Portas contra “imposto ideológico” na TAP

Líder do CDS esteve no encerramento do XV Congresso do CDS-Madeira e avisou para os riscos de recuar nas privatizações e reformas estruturais.

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Paulo Portas, vice-primeiro-ministro, fica com a coordenação das políticas económicas do Governo Nuno Ferreira Santos

O presidente do CDS, Paulo Portas, mostrou-se este domingo, no Funchal, contra o que considera ser um “imposto ideológico” que resultará de uma reversão da privatização da TAP.

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O presidente do CDS, Paulo Portas, mostrou-se este domingo, no Funchal, contra o que considera ser um “imposto ideológico” que resultará de uma reversão da privatização da TAP.

O mais importante – defendeu Portas, no encerramento do XV Congresso do CDS-Madeira  – é salvaguardar a viabilidade da transportadora aérea. “Quem é que paga os salários? Quem é que paga a renovação da frota? Quem é que subsidia as novas rotas? Quem é que assume as dívidas da empresa”, questionou, dizendo que se for o Estado a pagar, é o contribuinte que irá arcar com essas despesas.

“Eu não pagaria um imposto ideológico no caso da TAP”, sublinhou Portas no congresso dos centristas madeirenses, que elegeu António Lopes da Fonseca como sucessor de José Manuel Rodrigues na presidência do partido.

Num discurso em que comparou a “utopia” da extrema-esquerda e o “realismo” do CDS, Portas deu a TAP como exemplo das consequências económicas para o país que a tentativa de “impor ideologias” trará. “Andar para trás com reformas estruturais não gera confiança”, avisou, comentando que Portugal estava a um passo de ter rating para investimento, e agora as agências estão a ponderar cortar novamente a classificação do país.

“É um sinal errado, tanto interno como externo, querer impor a ideologia na questão da TAP”, afirmou, depois de elogiar o novo presidente do CDS-Madeira.

Lopes da Fonseca, que era um dos três candidatos, acabou por ir a votos sozinho, depois da desistência de João Catanho, que abandonou o congresso em solidariedade com Ricardo Vieira, quando os congressistas decidiram não votar a moção deste, e do recuo de Rui Barreto.

Na véspera, já depois de Rui Vieira e João Catanho terem abandonado os trabalhos, Lopes da Fonseca pediu, em nome da “unidade” do partido, que Barreto retirasse a candidatura, comprometendo-se a indicá-lo para líder parlamentar e a ser primeiro subscritor de uma candidatura deste em 2018.

Barreto aceitou, entregou o partido a Lopes da Fonseca, que vai agora tentar unir as diferentes sensibilidades do CDS-Madeira, que mostrou estar bastante fraccionado após a saída de José Manuel Rodrigues. Líder histórico dos centristas madeirenses, Rodrigues demitiu-se na noite eleitoral das legislativas de Outubro, assumindo os resultados negativos do CDS-Madeira, que perdeu o deputado que tinha em Lisboa e mais de 11 mil votos em relação às eleições de 2011.