Acções do Banif continuam suspensas na Bolsa de Lisboa

Suspensão mantém-se até haver novidades sobre processo de venda do banco.

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A negociação dos títulos do banco foi suspensa na quinta-feira Guilherme Marques

O principal índice da Bolsa de Lisboa está ao início da manhã desta sexta-feira a variar entre ganhos e perdas muito ligeiras, num arranque de negociações em que os títulos do Banif continuam suspensos, por decisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

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O principal índice da Bolsa de Lisboa está ao início da manhã desta sexta-feira a variar entre ganhos e perdas muito ligeiras, num arranque de negociações em que os títulos do Banif continuam suspensos, por decisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Quando na quinta-feira determinou a paragem da negociação das acções do banco, o regulador do mercado de capitais estendeu a suspensão “até à prestação de informação relevante relativa ao processo de venda voluntária” da instituição bancária.

Depois de ter estado a negociar em alta, o PSI-20 inverteu por volta das 9h para uma queda ligeira, mas pouco depois já estava no registo anterior, de novo a registar ganhos contidos. Às 9h15, seguia a subir uns ligeiros 0,05%.

Ao suspender a negociação das acções do Banif, que valiam até esse momento 0,002 euros cada, a CMVM pretendeu travar movimentos especulativos sobre o título, em vésperas de ser anunciada a solução final que vai ditar o futuro do banco, que tem mais de 61% do capital público.

Terça-feira, o presidente do Banif Jorge Tomé, em entrevista à SIC, confirmou estarem a decorrer conversações com bancos e fundos internacionais para vender a instituição. A explicação, na prática, traduziu-se num esclarecimento ao mercado.

Qualquer que seja a decisão final, ela terá de ter luz verde prévia do Estado, na medida em que o Tesouro controla a maioria do capital da instituição fazendo-se mesmo representar na gestão.

Como o PÚBLICO já noticiou, as movimentações para alienar o Banif estão a decorrer com carácter de urgência e num ambiente de grande dificuldade, o que não é propício aos interesses do vendedor (o Estado). Isto, depois de em Março de 2015, o Banco de Portugal (BdP) e o Governo de Pedro Passos Coelho não terem autorizado Jorge Tomé a abrir concurso público para alienar os 61% na posse do Estado. Com o fim do ano a aproximar-se, em Novembro o supervisor deu três semanas ao CEO para recapitalizar a instituição por meios privados.