Cartas à Directora
A “complexa” avaliação dos professores
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A “complexa” avaliação dos professores
Num artigo no PÚBLICO (15/12) o Professor universitário João Ruivo faz uma enumeração exaustiva das condições e requisitos para a tarefa “muito, mesmo muito complexa” que é avaliar professores. Enumeração tão exaustiva que me parece ter faltado apenas uma referência à capacidade do avaliador para avaliar a qualidade da vida sexual do avaliado.
Quando se complexifica como João Ruivo tão doutamente (e ridiculamente) faz o exercício de uma função, o que se procura, geralmente, atingir são dois objectivos. Um, levar a que não se faça nada. Outro, chamar a atenção para a excelência das qualidades que o próprio possui para o exercício de tal tarefa ou responsabilidade.
Entretanto, as escolas de formação de professores continuam a enviar para as escolas docentes de Português que nunca leram um livro e dão erros elementares de ortografia nas mensagens mais simples que enviam aos pais dos alunos, e docentes de Matemática que chumbaram sempre nesta disciplina e nem sabem quantos são oito vezes sete.
Enfim, que importa isto se para o poder que volta a dominar a educação o importante é que as crianças sejam felizes…
Guilherme Valente, Editor da Gradiva, Lisboa
Eleições pouco sexy
Ouvi já os lamentos de alguns comentadores, alguns dos quais bastante admiro, como Rui Tavares, a propósito da pouca importância que os meios de comunicação social têm atribuído às próximas Eleições Presidenciais.
Confesso não estar nada admirado ou mesmo preocupado com o facto. Sinto que lhes falta algo…!
Com uma ou outra excepção, justificadas mais pelas circunstâncias envolventes que pelas personalidades de per si, as presidenciais foram sempre uma “chachada”! Um jogo viciado à partida.
A originalidade lusa, no contexto europeu, de um regime semi-presidencialista, também não ajuda nem mobiliza. E são muitos ainda os portugueses que não perceberam o papel “cinzento”, entre o Rei Sol e a Rainha de Inglaterra que a Constituição destina ao Presidente da República.
E, agora com toda a Franqueza! Haverá ainda quem tenha dúvidas sobre o desfecho desta Campanha?
– O vencedor é conhecido.
– Se não for à 1ª, será à 2ª volta.
– Na eventualidade de uma 2ª volta, seja quem for que o defrontar, estará muito longe de reunir as “condições objectivas e subjectivas” que Soares reunia em 1986. E os sapos já começam a escassear…
Como as coisas estão, “tão, tão chochinhas”, esta disputa eleitoral só entusiasma mesmo os amantes platónicos da Política!
De resto, não me lembro de uma campanha tão pouco sexy, como esta!
Hélder Pancadas, Sobreda