Emel recebeu 15 propostas para bicicletas de uso partilhado
Vereador do CDS critica modelo que vai ser posto em prática
A Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (Emel) recebeu 15 propostas no âmbito do concurso público que lançou para a “aquisição, implementação e operação” de um “sistema de bicicletas públicas partilhadas” na cidade. O CDS manifestou “enormes reservas” quanto ao modelo de negócio escolhido, defendendo que todo o projecto deve ser revisto.
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A Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (Emel) recebeu 15 propostas no âmbito do concurso público que lançou para a “aquisição, implementação e operação” de um “sistema de bicicletas públicas partilhadas” na cidade. O CDS manifestou “enormes reservas” quanto ao modelo de negócio escolhido, defendendo que todo o projecto deve ser revisto.
O assunto foi levado a uma das duas reuniões da Câmara de Lisboa que se realizaram esta quarta-feira pelo vereador centrista. João Gonçalves Pereira garantiu ser “totalmente a favor” da criação de um sistema de bicicletas partilhadas, mas sustentou que se devia ter optado por um modelo de concessão, em que a autarquia fornecesse a infra-estrutura e o espaço público e garantisse uma subvenção financeira e o privado assumisse a propriedade dos equipamentos e a operação do sistema.
“O município não olhou para os modelos que existem lá fora e entrou numa aventura em que o risco está todo no público”, criticou o autarca do CDS. João Gonçalves Pereira também lamentou que os termos do concurso lançado pela Emel não tenham sido discutidos em reunião de câmara e que aos vereadores não tenham sido fornecidas informações como o plano de negócios e os tarifários que serão praticados.
Em resposta, o presidente da câmara defendeu as vantagens do modelo escolhido, em que a operação será assumida por um privado em regime de prestação de serviços. Para justificar a opção, Fernando Medina disse haver “múltiplas cidades em que o sistema falhou quando os privados com a concessão não conseguiram rentabilizar o negócio”.
“Eu assumo que o sistema não vai ser lucrativo. Não tenho a expectativa que seja”, afirmou o autarca socialista. Lembrando que o sistema beneficiará de receitas de bilhética e de publicidade, Fernando Medina deixou a garantia de que este projecto terá um custo para a câmara inferior ao preço base do concurso, que era de 28,9 milhões de euros.
Nos termos deste concurso, está prevista a disponibilização de 1410 bicicletas, distribuídas por 140 estações. A intenção da Emel é que Lisboa passe a ter uma rede de bicicletas de uso partilhado em 2016, quase dez anos depois de a câmara (então presidida por António Costa) ter anunciado que estava a estudar o dossier.