Sampaio da Nóvoa quer ter apoio de "todos os militantes de todos os partidos”
No dia da apresentação da sua biografia “oficiosa”, o candidato a Belém falou da “abrangência” da sua campanha, que até mobiliza pessoas “ligadas ao CDS”.
A apresentação da segunda de três biografias “oficiosas” de Sampaio da Nóvoa deu direito, esta terça-feira, a lotar a Associação 25 de Abril, a discurso do “capitão” Vasco Lourenço, a uma análise de Pacheco Pereira e ainda a uma serigrafia do artista Eurico “em homenagem” ao biografado. O candidato sublinhou a “abrangência” da campanha.
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A apresentação da segunda de três biografias “oficiosas” de Sampaio da Nóvoa deu direito, esta terça-feira, a lotar a Associação 25 de Abril, a discurso do “capitão” Vasco Lourenço, a uma análise de Pacheco Pereira e ainda a uma serigrafia do artista Eurico “em homenagem” ao biografado. O candidato sublinhou a “abrangência” da campanha.
A apresentação do livro, escrito pelo jornalista Fernando Madaíl após “desafio” do editor Batista Lopes, apoiante de Nóvoa, começou polarizada, crispada pelas palavras de Vasco Loureço. O antigo militar de Abril pediu ajuda para “eleger um homem digno e, se necessário, que não hesitem a desistir por ele”, num discurso virado para outras candidaturas de esquerda.
“A alternativa é ver suceder [a Cavaco Silva] alguém que continua a fazer-se passar por um menino virgem e inocente e que nos continuará a envergonhar. Sei do que falo, não tenho memória curta”, disse o 'capitão de Abril, imediatamente aplaudido por quase todos os ocupantes da sala.
A seguir falou Pacheco Pereira, que teve de se levantar para “acalmar o ambiente e baixar o tom”. “Pediram-me para apresentar uma biografia”, justificou o historiador, distanciando-se das palavras de Vasco Lourenço, talvez como consequência das últimas notícias que davam conta do incómodo provocado nas fileiras do PSD por estas “presenças” de Pacheco Pereira em seara alheia.
Também Sampaio da Nóvoa defendeu o comentador político, referindo que vê a apresentação de Pacheco Pereira como “um acto de simpatia, não como um acto de apoio ou declaração de apoio”. Mas para o reitor emérito da Universidade de Lisboa, é “evidente” que a sua candidatura “tem vindo a tornar-se cada vez mais abrangente em determinados espaços”.
“Ainda ontem tivemos um conjunto de pessoas ligadas ao CDS, numa sessão na Figueira da Foz, que fizeram questão de declarar o seu apoio a esta candidatura e de se quererem mobilizar”, revelou Sampaio da Nóvoa, sublinhando que quer ter votos “em todos os lugares, suscitar a confiança de todos os portugueses”.
Quando questionado se aceita a definição de Maria de Belém, que descreve a sua candidatura como “centro-esquerda” e a de Sampaio da Nóvoa como “de esquerda”, o professor universitário diz não querer “acantonar ou colocar etiquetas”. “Eu gostava de ter o apoio de todos os militantes de todos os partidos. É o esforço que tenho feito, de falar com pessoas diferentes, de várias políticas diferentes, porque não quero que esta candidatura seja só de uma facção. Quero que chegue a todos os portugueses.“
Texto editado por Leonete Botelho