Kerry em Moscovo com a Síria na agenda

Ao fim da tarde deve reunir-se com o Presidente russo, Vladimir Putin.

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Kerry e Lavrov, no início do encontro desta terça-feira YURI KADOBNOV/AFP

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, está esta terça-feira em Moscovo para contactos com vista a uma aproximação de posições entre os Estados Unidos e a Rússia sobre a guerra na Síria.

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O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, está esta terça-feira em Moscovo para contactos com vista a uma aproximação de posições entre os Estados Unidos e a Rússia sobre a guerra na Síria.

O chefe da diplomacia do governo de Washington começou o dia com conversações com o homólogo russo, Serguei Lavrov. Ao fim da tarde deve reunir-se com o Presidente russo, Vladimir Putin.

Antes dos encontros, o ministério russo dos Negócios Estrangeiros fez críticas ao posicionamento dos Estados Unidos sobre a Síria, acusando os norte-americanos de, segundo a BBC, “dividirem os terroristas entre bons e maus”.

Mais diplomático foi o titular da pasta, Serguei Lavrov, que de acordo com a AFP, afirmou esperar que a visita do homólogo norte-americano seja “construtiva”.

Kerry, em declarações transmitidas pela televisão russa e reproduzidas pela agência, teve também palavras de diálogo. “É benéfico para o mundo inteiro que nações poderosas com uma longa história comum sejam capazes de encontrar um terreno de entendimento. Espero que hoje sejamos capazes de encontrá-lo.”

Os presidentes Barack Obama e Vladimir Putin “indicaram claramente que desejam encontrar uma forma de ir em frente na questão da Síria e de resolver igualmente a crise ucraniana”, declarou o secretário de Estado, citado pela agência. “Mesmo com diferenças entre nós, fomos capazes de trabalhar eficazmente sobre problemas específicos”, acrescentou, salientando a importância do governo de Moscovo nas negociações sobre o dossier nuclear iraniano.

O papel de Assad no processo é um dos motivos de divergência entre os dois países.

A AFP adianta que os Estados Unidos e a Rússia devem decidir formalmente realizar uma nova reunião internacional entre governos de países que apoiam a oposição síria, como é o caso de Washington, e os que estão com o regime do Presidente Bashar al-Assad, o que acontece com Moscovo.

Uma coligação internacional liderada por Washington bombardeia desde Setembro de 2014 as posições do autoproclamado Estado Islâmico na Síria. A Rússia iniciou em Setembro de 2015 bombardeamentos na Síria que – segundo os Estados Unidos – visam não só os jihadistas islâmicos como os rebeldes moderados que combatem o regime de Assad. Moscovo nega essas alegações.