António Costa chama todos os partidos a São Bento para discutir situação do Banif
Reunião inclui o ministro das Finanças e o governador do Banco de Portugal.
O primeiro-ministro, António Costa, chamou nesta terça-feira todos os partidos com assento parlamentar a São Bento para discutir a situação do Banif. A reunião, conjunta, com os líderes dos grupos parlamentares, incluiu também o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa. O encontro, que teve início da parte da tarde, já terminou.
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O primeiro-ministro, António Costa, chamou nesta terça-feira todos os partidos com assento parlamentar a São Bento para discutir a situação do Banif. A reunião, conjunta, com os líderes dos grupos parlamentares, incluiu também o ministro das Finanças, Mário Centeno, e o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa. O encontro, que teve início da parte da tarde, já terminou.
De acordo com informações recolhidas pelo PÚBLICO, a reunião foi convocada para uma troca de informações sobre a actual situação do Banif, e não houve qualquer anúncio após a reunião. Desconhece-se, para já, o teor das informações em causa, numa altura em que o Governo procura uma solução para o banco, aguardando-se uma clarificação sobre o futuro da instituição financeira a qualquer momento.
Após o encontro, António Costa afirmou que os depósitos dos clientes do Banif estão integralmente protegidos, independentemente do seu valor. Porém, também afirmou que não pode dar as mesmas garantias em relação aos contribuintes, que poderão ser chamados a pagar mais uma factura da banca cujo valor não quis, porém, adiantar.
As afirmações do primeiro-ministro foram proferidas à chegada ao jantar de Natal do grupo parlamentar do PS, que se realiza esta noite na Assembleia da República.
Durante o fim-de-semana, António Costa já tinha efectuado um contacto telefónico junto do presidente do Governo Regional da Madeira (onde o banco teve origem), Miguel Albuquerque, para lhe garantir que o processo de reestruturação do banco está a decorrer de forma normal.
“O primeiro-ministro telefonou-me pessoalmente no domingo, para garantir que as notícias, que eu considero especulativas, que dão conta do iminente colapso do banco não correspondem à realidade”, garantiu o chefe do executivo madeirense.
Miguel Albuquerque destacou que o objectivo do Governo é “a alienação do capital do Banif” e “salvaguardar os depositantes, os accionistas e a posição estratégica que o Banif tem junto da comunidade emigrante madeirense".
Esta terça-feira de manhã, um dia depois do Ministério das Finanças, foi a vez do Banco de Portugal emitir um comunicado sobre o Banif, que não está a conseguir cumprir as exigências de Bruxelas quanto ao reembolso da última tranche de 125 milhões de euros do empréstimo de capital contingente (Coco) feito pelo Estado.
Em três parágrafos, o regulador disse estar “a acompanhar a situação do Banif, garantindo, como é da sua competência, a estabilidade do sistema financeiro, bem como a segurança dos depósitos”. “Tal como foi revelado pelas autoridades nacionais, europeias e pelo conselho de administração do Banif, o plano de reestruturação do Banif está a ser analisado pela Comissão Europeia e, em paralelo, está a decorrer um processo de venda internacional da instituição financeira conduzido pelo conselho de administração”, constata o Banco de Portugal.
Na segunda à noite, o presidente executivo do Banif, Jorge Tomé, defendeu, em entrevista à RTP-Madeira, que a instiuição financeira tem uma posição de "liquidez confortável", e que "os depositantes e contribuintes podem estar descansados".
Citado pela Lusa, o gestor disse ainda que a venda da instituição está a "correr muito bem", e que há seis investidores internacionais a analisar a situação do banco, onde o Estado detém uma posição maioritária após ali ter aplicado 700 milhões de euros (além do capital contingente, o que perfaz o total de 825 milhões de euros aplicados pelo Estado).
O banqueiro admitiu ainda que a notícia de um eventual encerramento veio "perturbar todo um processo estruturado que está em curso, em que a posição do Estado está a ser vendida".
Já durante a manhã desta terça-feira, a Lusa dava conta que o balcão da sede do Banif, no Funchal, estava cheio de clientes à procura de esclarecimentos, tal como sucedeu em outras agências da região.
Depois de as acções do Banif terem perdido mais de 40% em bolsa na segunda-feira, esta terça-feira subiram 25% para 0,001 euros. Com Paulo Pena e São José Almeida