Famílias de jovens que morreram no Meco avançam com novas acções cíveis

Processos judiciais visam o dux e a Universidade Lusófona. Advogado aguarda decisão sobre recurso do processo-crime.

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O Tribunal de Setúbal decidiu arquivar o caso da morte dos seis jovens Miguel Manso

O advogado das famílias dos seis jovens que morreram há dois anos na praia do Meco, em Sesimbra, anunciou nesta segunda-feira que pretende avançar com seis acções de responsabilidade civil contra o sobrevivente da tragédia e a Universidade Lusófona.

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O advogado das famílias dos seis jovens que morreram há dois anos na praia do Meco, em Sesimbra, anunciou nesta segunda-feira que pretende avançar com seis acções de responsabilidade civil contra o sobrevivente da tragédia e a Universidade Lusófona.

"Vamos avançar com seis acções de responsabilidade civil — uma por cada um dos alunos que morreram — contra o João Gouveia e contra a universidade. Nessas acções, uma das diligências de prova essenciais, que vamos pedir, é a tomada de declarações de João Gouveia, enquanto réu no processo cível", disse à agência Lusa Vítor Parente Ribeiro.

"Uma vez que não temos resposta da parte criminal, até final deste ano devemos avançar com a acção cível", justificou o advogado, que aguarda pelo recurso interposto para o Tribunal da Relação de Évora (TRE) da decisão do Tribunal de Setúbal de arquivar o processo, após a fase de instrução.

Contactada pela Lusa, fonte do TRE disse que o processo só deu entrada naquele tribunal no passado mês de Setembro, depois das férias judiciais, e que o mesmo já foi distribuído, mas que "ainda não há nenhuma previsão da data de decisão, porque se trata de um processo fora do âmbito dos processos urgentes".

No passado mês de Março, o Tribunal de Setúbal, depois da instrução, decidiu arquivar o caso relacionado com a morte dos seis jovens universitários, a 15 de Dezembro de 2013, na praia do Meco, em Sesimbra, no distrito de Setúbal.

O Tribunal de Setúbal considerou que não se vislumbrava qualquer elemento de um comportamento tirânico ou maléfico do dux da Universidade Lusófona de Lisboa, João Gouveia, único sobrevivente da tragédia na praia do Meco e o único arguido no processo.

Na altura, o juiz do processo, Nélson Escórcio, disse ainda que, na fase na instrução, não tinham sido levados aos autos novos factos que pudessem indiciar o dux da Universidade Lusófona de Lisboa pela prática de qualquer crime.

"Estes jovens [que morreram na praia do Meco] estavam lá porque queriam, porque gostavam, em torno de uma causa", afirmou, na ocasião, o magistrado do Tribunal de Setúbal.

Opinião contrária manifestaram os familiares dos jovens, que admitiram a possibilidade de os seis terem morrido durante uma praxe dirigida pelo dux João Gouveia, único sobrevivente da tragédia.

O advogado das famílias, Vítor Parente Ribeiro, acredita que foram recolhidos "indícios fortes" de que a morte dos seis jovens poderá ter ocorrido devido a um crime de exposição ou abandono, razão pela qual interpôs recurso da decisão do Tribunal de Setúbal para o Tribunal da Relação de Évora.