Acções do Banif caem 28,6%

Volatilidade nos títulos do banco mantém-se. Depois de subida de 55%, as acções apresentam agora forte descida.

Foto
A solução para Banif deverá passar por um fundo para absorver activos "tóxicos" Pedro Martinho

A extrema volatilidade em que têm negociado as acções do Banif volta a fazer-se sentir no desempenho do banco na Bolsa de Lisboa. Os títulos do banco chegaram a desvalorizar mais de 40% durante a manhã, apresentando por volta das 12h uma queda de 28,57%.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A extrema volatilidade em que têm negociado as acções do Banif volta a fazer-se sentir no desempenho do banco na Bolsa de Lisboa. Os títulos do banco chegaram a desvalorizar mais de 40% durante a manhã, apresentando por volta das 12h uma queda de 28,57%.

As acções valiam 0,0009 euros, um valor historicamente baixo que propicia variações muito extremadas. A desvalorização, semelhante a de sessões recentes, como a de quinta-feira da semana passada, acontece depois de notícias sobre a solução que está a ser trabalhada para resolver o problema do banco, que está desde Dezembro de 2014 em situação de incumprimento com o Estado português.

Como o PÚBLICO noticiou neste domingo, o Governo está em contra-relógio para apresentar uma solução para o Banif, tudo indicando que apresente esta semana uma solução para o banco que, independentemente da via escolhida, passará por expurgar do balanço activos tóxicos. O Ministério das Finanças já veio dizer que está a acompanhar a situação do banco.

No PSI-20, os títulos do banco liderado por Jorge Tomé despertaram o interesse de investidores, na expectativa de beneficiar da volatilidade das acções. Depois de apresentar quedas de 11,1%, 18,7% e 30,7% nas sessões de terça a quinta-feira da semana passada, o banco teve uma valorização de 55,56% na última sessão.

O principal índice da bolsa lisboeta negociou em alta ao início da manhã, mas inverteu, estando a recuar 0,63%. Na mesma sessão em que as acções do Banif voltam a registar uma forte descida, os outros dois bancos presentes no PSI-20 seguem em alta. O BCP cresce 1,83%, com os títulos a valerem 0,0484 euros, enquanto o BPI está a registar ganhos de 1,26%, para 1,129 euros.

Em relação ao Banif, o Ministério das Finanças emitiu ainda na noite de domingo um comunicado, sublinhando que “o plano de reestruturação do Banif, tal como é de conhecimento público, está a ser analisado pela DG Comp [Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia]. Paralelamente, decorre um processo de venda do banco nos mercados internacionais conduzido pelo seu conselho de administração. O Governo acompanha, como lhe compete, a evolução destes processos”.

O Banif, por seu lado, emitiu também um comunicado, desmentindo informações relevadas pela TVI sobre a situação do banco. “O Banif - Banco Internacional do Funchal, S.A. tendo tomado conhecimento da ‘notícia’, apresentada em nota de rodapé durante a emissão do canal televisivo TVI 24, pela qual se referiu, nomeadamente, que ‘Banif: A TVI apurou que está tudo preparado para o fecho do Banco’, ‘A parte boa vai para a Caixa Geral de Depósitos’, ‘Vai haver perdas para os accionistas e depositantes acima dos 100.000 e muitos despedimentos’, ‘Banif poderá ser intervencionado esta semana’ entre outras falsidades, vem desmentir categoricamente tais supostas ‘informações’, que não só não correspondem à verdade como não têm qualquer espécie de fundamento”, diz o comunicado.

“Não obstante durante a sua emissão a TVI 24 ter vindo sucessivamente a alterar o teor de tais ‘notícias’ (ainda que sem ter efectuado até ao momento qualquer desmentido formal), o Banif não pode deixar de lamentar profundamente este tipo de jornalismo incendiário e irresponsável, desprovido de fundamento e ao nível do boato, do qual não podem deixar de ser retiradas consequências”, acrescenta ainda a mesma nota.

O Banif, por outro lado, reconhece que, “em linha com a comunicação que efectuou ao mercado em 11 de Dezembro, o Conselho de Administração reafirma que se encontra actualmente em curso, em articulação com as autoridades responsáveis, um processo aberto e competitivo de venda da posição do Estado português no Banif, no qual se encontram envolvidos diversos investidores internacionais, pelo que qualquer cenário de resolução ou imposição de uma medida administrativa não tem qualquer sentido ou fundamento.”